A economia norte-americana sofreu uma queda de 4,8% no primeiro trimestre deste ano, segundo a primeira estimativa do Bureau of Economic Analysis, o organismo oficial de estatística dos Estados Unidos, publicada esta quarta-feira. Esta queda respeita à variação homóloga, em relação a idêntico período do ano passado.
Este recuo é superior ao previsto pelos analistas e é o mais elevado desde o quarto trimestre de 2008, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu, em termos homólogos, 8,4%, o pior período da última recessão nos EUA que se iniciou em janeiro daquele ano e findou em junho de 2009. O PIB recuou 4,4% nos primeiros três meses de 2009 e 0,6% no segundo trimestre desse ano, tendo, depois, iniciado a maior expansão de sempre até agora.
A estimativa foi avançada antes da abertura do mercado financeiro em Nova Iorque e quando decorre a reunião de dois dias do Comité de Política Monetária da Reserva Federal, o banco central dos EUA, que divulgará as suas decisões esta quarta-feira pelas 19h (hora de Portugal).
A recessão trimestral deveu-se a quebras no consumo de bens, sobretudo na compra de automóveis, e de serviços, nomeadamente no entretenimento, viagens e alimentação, no investimento fixo empresarial, nas exportações e nas importações, e ainda no comércio por grosso.
Escaparam às quedas , o investimento fixo residencial e o gasto público.
A estimativa para o desempenho do segundo trimestre será publicada a 30 de julho.
No ano passado, o PIB cresceu 2,1% no último trimestre.
Segundo as previsões dos analistas da consultora britânica Oxford Economics, a queda do PIB norte-americano entre o trimestre de pico e o ponto mais baixo da recessão deverá situar-se em 12%.
O que significará uma contração três vezes superior à queda da economia durante a última crise entre janeiro de 2008 e junho de 2009 - associada à grande crise financeira - e a maior de sempre desde o final da Segunda Guerra Mundial. Para as previsões do Fundo Monetário Internacional, o PIB deverá recuar 5,9% em 2020.
A estimativa da quebra do PIB nos EUA nos primeiros três meses do ano é das primeiras nas economias desenvolvidas. Também esta quarta-feira, o organismo de estatística belga divulgou a estimativa de uma quebra de 3,9% para a economia belga entre janeiro e março deste ano. Na quinta-feira, o Eurostat publicará as estimativas da variação trimestral do PIB para a zona euro e os organismos nacionais divulgarão as estimativas nos casos de Itália, França e Espanha.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt