Economia

Startup de trabalho remoto com ADN português capta investimento de 10 milhões de euros

Startup de trabalho remoto com ADN português capta investimento de 10 milhões de euros

Com início e forte presença em Portugal, a Remote vai usar o capital para expandir a plataforma que facilita às empresas a contratação de talento em qualquer parte do mundo e para a levar a 40 novos mercados até ao final do ano

Numa altura em que a pandemia de covid-19 obrigou inúmeras empresas a colocarem os seus trabalhadores em teletrabalho, a Remote – tecnológica de recursos humanos que facilita às empresas a contratação de talento em qualquer parte do mundo – anuncia que captou uma ronda de investimento no valor de 11 milhões de dólares (dez milhões de euros).

A ronda seed (semente) – que é, tradicionalmente, uma ronda que apoia os primeiros passos de uma startup, semeando necessidades como pesquisa de mercado ou desenvolvimento de produto – foi liderada pela Two Sigma Ventures. E contou ainda com a participação da Index Ventures, General Catalyst, Liquid2, INKEF Ventures, Remote First Capital e dos investidores-anjo GitLab e HackerOne.

O capital vai ser usado para expandir a plataforma da empresa que permite gerir salários, benefícios, compliance e impostos e levá-la a 40 novos mercados até ao final do ano. Canadá, Alemanha, Estados Unidos e França são alguns deles.

“Estamos excitados e orgulhosos por permitir que qualquer empregador, seja uma startup ou empresa, possa acelerar o seu crescimento de negócio e aceder a uma pool de talento global de forma rápida e eficiente, especialmente durante estes tempos desafiantes e inéditos”, sublinha em comunicado o diretor executivo de tecnologia Marcelo Lebre, que antes de cofundar a Remote era vice-presidente de engenharia na startup portuguesa Unbabel.

Criada em 2019 em Portugal pelo holandês Job van der Voort (presidente executivo) e pelo português Marcelo Lebre (diretor executivo de tecnologia), a Remote pretende simplificar a forma como as empresas contratam talento em qualquer parte do mundo, de forma legal e contratualmente válida.

“Nos últimos anos, assistimos a uma mudança única para o trabalho remoto, mas as empresas rapidamente se aperceberam quão complexo, difícil e lento é o processo de empregar pessoas em diferentes países”, aponta Villi Iltchev, sócio da empresa de capital de risco norte-americana Two Sigma Ventures. “Fazer a folha de pagamentos, oferecer benefícios e cumprir as leis laborais e regulações locais rapidamente se torna demasiado arriscado e esmagador para a maioria das startups e empresas. Resolver este problema globalmente e fazer com que seja possível contratar alguém em qualquer país é extremamente poderoso.”

Isto porque a contratação de talento noutros países é difícil e dispendiosa, alerta o presidente executivo da Remote, Job van der Voort. “Para contratares legalmente alguém noutro país necessitas de criar uma entidade local, aprender sobre as leis laborais locais, gerir uma folha salarial local e encontrar um advogado para criar um contrato de trabalho. É entediante e proibitivamente caro.” É isto que a Remote facilita: simplifica a folha de pagamentos e usa a tecnologia para ajudar as empresas a cumprirem as leis e regulações laborais dos diferentes países.

À semelhança do serviço que oferece às empresas, a Remote não tem escritórios físicos e tem todos os trabalhadores a trabalharem remotamente, em qualquer parte do mundo – a maioria deles em Portugal. Mas, à semelhança de muitas startups que procuram captar investimento nos Estados Unidos, está sediada em São Francisco.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mjbourbon@expresso.impresa.pt

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