Sai um tubarão, entra outro. Depois de ter falhado a compra da Media Capital pela Cofina – negócio que incluía Mário Ferreira, um dos jurados do programa televisivo “Shark Tank” –, surge agora uma nova proposta de aquisição da dona da TVI por um grupo de empresários liderado por outro tubarão, desta vez Marco Galinha.
Contactado pelo Expresso, o líder do grupo Bel confirma que o grupo entregou uma oferta para a aquisição da Media Capital ao conselho de administração da Prisa.
“Como grupo português, estamos interessados em não deixar cair um projeto tão importante para a democracia como o da comunicação social", realça ao Expresso Marco Galinha, que é atualmente acionista do “Jornal Económico”. "Reunimos um grupo de empresas portuguesas, mas existe um acordo de confidencialidade e, como tal, não me é possível dizer quem são.”
A notícia tinha sido avançada inicialmente pelo jornal “Público”, que obteve dados sobre a proposta de controlo da TVI. O mesmo jornal adianta ainda que a Marco Galinha juntaram-se Gustavo Guimarães, representante do fundo de private equity norte-americano Apollo, o grupo especializado em alimentação para desporto Prozis e a Nova Expressão.
Contudo, o Expresso contactou o presidente executivo da agência de meios, Pedro Baltazar, que nega a participação da Nova Expressão na operação. O Expresso tentou ainda contactar Gustavo Guimarães e a Prozis, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta.
A nova proposta de compra apresentada à Prisa tem um valor inferior aos 250 milhões de euros que estavam a ser negociados com a Cofina, noticia o mesmo jornal. E do que a anterior tentativa de compra pela Altice, que tentou adquirir a TVI por 440 milhões de euros.
De acordo com o “Público”, o grupo de empresários vai ser financiado pelo Novo Banco, pelo Millennium BCP e pelo espanhol BBVA.
O facto de, em março, o grupo liderado por Paulo Fernandes ter recuado no negócio de compra da Media Capital – que detém, além da TVI, as rádios Comercial, Smooth, M80, Cidade, os sites iol, Mais Futebol, Planeo, Selfie e a produtora Plural – terá levado o grupo liderado por Marco Galinha a avançar a 8 de abril com esta proposta. E já terá chegado ao Governo uma carta a dar conhecimento desta intenção.
Recorde-se que o fundo Apollo, representado em Portugal por Gustavo Guimarães, foi responsável pela compra da Tranquilidade ao Novo Banco por 40 milhões de euros, que acabaria por vender à Generali por 600 milhões de euros. Já a Prozis, que tem sede em Braga, é um dos maiores grupos europeus de vendas online especializados em alimentação para desporto.
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