Covid-19. CGD diz que há €10,7 mil milhões a caminho das empresas e lança nova linha para microempresas
Banco público tem moratórias em quase 30 mil operações, no valor global de 2,4 mil milhões de euros, segundo revelou Paulo Macedo no Parlamento
Banco público tem moratórias em quase 30 mil operações, no valor global de 2,4 mil milhões de euros, segundo revelou Paulo Macedo no Parlamento
Jornalista
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A Caixa Geral de Depósitos tem 10,7 mil milhões de euros em financiamento a caminho das empresas, segundo revelou Paulo Macedo, que também adiantou que um conjunto de 2,4 mil milhões de euros em créditos estão sob moratórias.
Segundo o presidente executivo do banco público enumerou na comissão de Orçamento e Finanças, só em novo financiamento concedido nos meses da crise, e fora das linhas protocoladas para receber garantias do Estado, foram concedidos 1,8 mil milhões de euros.
A somar a este montante, há depois as linhas criadas especialmente para combater a covid-19, em que há 4,3 mil milhões de euros aprovados dentro do banco, num total de 26 mil operações – contudo, quando as operações dependem da aprovação das sociedades de garantia mútua, que asseguram a proteção do Estado a estes empréstimos, o dinheiro pode ainda não estar nas tesourarias das empresas, podendo depender dos limites máximos em cada linha bonificada.
Nestas contas, Paulo Macedo incluiu ainda 4,6 mil milhões de euros já registados pela Caixa em linhas pré-aprovadas, em que os clientes podem aceder a esse dinheiro, já que os financiamentos já receberam anteriormente luz verde.
Na primeira linha de crédito bonificado garantida pelo Estado (a linha capitalizar – covid-19), de 400 milhões de euros, o Novo Banco e o Santander concederam a fatia de leão, e a CGD teve uma quota muito reduzida tendo em conta a sua dimensão. Nesse sentido, o presidente executivo do banco anunciou, aos deputados, que a Caixa vai abrir uma linha de valor idêntico, 430 milhões, apenas disponível para microempresas.
Esta linha de financiamento não será garantida pelo Estado, já que não está sob nenhum protocolo. “Tem condições diferentes porque não temos ninguém a garantir-nos 80% ou 90%”, lembrou.
Naquela que foi a quarta audição parlamentar a banqueiros, o CEO da CGD explicou aos deputados que “esta crise é bastante diferente da anterior”. Em 2010, houve problema de liquidez e os bancos viram-se obrigados a restringir a concessão de crédito. “Nesta crise, como viram, todos os bancos querem dar crédito e os bancos têm ampla liquidez”.
“A Caixa fez o seu trabalho e pode emprestar (tem capitais próprios para isso) à economia 13 mil milhões de euros. A Caixa tem de ser diferente”, declarou Paulo Macedo, lembrando que a “especial obrigação de colmatar falhas de mercado” do banco não significa “dar dinheiro às empresas com crédito vencido”.
Em relação às moratórias de crédito, Paulo Macedo frisou que as famílias já deram entrada com 20 mil pedidos, em operações que totalizam 1,4 mil milhões de euros. Nas empresas, são 9.600 pedidos de adesão à moratória legal, num total de perto de mil milhões de euros. Além disso, há ainda as moratórias da CGD, que o CEO não quantificou.
Assim, o banco público vai suspender o pagamento de prestações em créditos de quase 30 mil operações, no valor global de 2,4 mil milhões de euros.
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