
Ficou conhecida como ‘gripe espanhola’, mas, na realidade, surgiu nos EUA. Gerou défices recordes nas contas públicas portuguesas
Ficou conhecida como ‘gripe espanhola’, mas, na realidade, surgiu nos EUA. Gerou défices recordes nas contas públicas portuguesas
Jornalista
A doença ficou conhecida como ‘gripe espanhola’ porque o primeiro caso oficialmente registado ocorreu em Madrid em maio de 1918. Os infetados passaram a chamar-lhe com ironia trágica “senhora espanhola”. No entanto, sabe-se que o doente zero foi o cozinheiro Albert Gitchell no campo militar de Funston, em Fort Riley, no Kansas, nos Estados Unidos, em março. As potências beligerantes na I Guerra Mundial, por razões táticas, escondiam a razia feita pela pneumónica.
Em Portugal, o vírus veio, de facto, de Espanha, pela raia alentejana. Foram os ceifeiros que regressavam de Badajoz e Olivença que a trouxeram e o primeiro caso foi detetado em Vila Viçosa em maio de 1918, conta-nos José Manuel Sobral, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O surto mais letal começaria em Gaia em agosto desse ano. Para combater a pandemia, o médico Ricardo Jorge (que daria nome ao Instituto Ricardo Jorge tão falado na atual pandemia), considerado o ‘pai’ da saúde pública entre nós, proibiu as visitas aos hospitais e a realização de feiras e romarias. Quis acabar com os salamaleques (beijos e apertos de mão) — os “ósculos de cerimónia” — nas relações pessoais tão típicos dos portugueses.
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