Economia

Covid-19. Ana Botín, líder do Santander, corta salário para metade

Ana Botín, presidente executiva do Banco Santander
Ana Botín, presidente executiva do Banco Santander
Eloy Alonso

A líder do grupo Santander, Ana Botín anunciou ontem, segunda-feira algumas medidas que estão a ser tomadas pelo grupo. O corte de 50% do salário da gestão de topo do banco foi uma delas

Covid-19. Ana Botín, líder do Santander, corta salário para metade

Isabel Vicente

Jornalista

Ana Botín e José António Alvarez, respetivamente líder do grupo Santander e o presidente executivo do Santander em Espanha, acordaram fazer um corte de 50% nos seus salários este ano. Já os administradores não executivos do banco terão um corte de 20% nas suas remunerações. Além disso, será criado um fundo para ajudar a luta contra o coronavirus e será suspenso o pagamento dos dividendos anunciado pelo banco até que se saiba qual o impato da pandemia.

Esta é uma das formas como o grupo Santander se posiciona na luta contra o Covid-19 que em Espanha está a alastrar. Esta terça-feira o número de infectados ascendeu a 39 670 cidadãos em Espanha e 2694 mortos.

O Santander, em comunicado a que o Expresso teve acesso, divulga dados sobre o que está a ser feito nas diversas geografias onde o banco tem presença, tais como medidas de apoio ás famílias e às empresas, como aliás o Santander em Portugal já anunciou.

Em termos de grupo o Santander tem estado a fechar algumas sucursais que estejam próximas uma das outras e a limitar o horário de atendimento e as entradas de clientes nas agências pedindo para que estes utilizem os canais digitais do banco.

Evitar o contágio dos seus trabalhadores e dos clientes é o objetivo que serviu para colocar muitos trabalhadores a trabalhar a partir de casa.

Nas 9 geografias onde está presente o Santander já colocou cerca de 48 mil trabalhadores em teletrabalho. Em Portugal 2500 trabalhadores estão a trabalhar a partir de casa, em Espanha estão 21 mil trabalhadores, nos EUA 5 mil, na Polónia 6 mil e no Reino Unido 5300, entre outras.

A criação de um fundo será financiada pela redução dos salários e compensações dos quadros de topo do Santander em Espanha mas poderá ser alargado às administrações de outros países onde o Santander está presente.

Segundo o comunicado do banco espanhol, o "fundo deverá ter, pelo menos, 25 milhões de euros" e servirá para providenciar equipamentos médicos e materiais essenciais.

O banco decidiu suspender o pagamento dos dividendos este ano, referindo que a remuneração aos acionistas poderá ser feita apenas em maio de 2021 depois de decidida em Assembleia Geral a marcar. Suspendeu por isso o pagamento que estava previsto para novembro do corrente.

No comunicado do Santander divulgado segunda-feira Ana Botin afirma que "a pandemia de coronavírus é o desafio mais significativo que já alguma vez enfrentámos", o qual prossegue "exige um enorme esforço coletivo, com governos, bancos centrais e outras autoridades, setor privado, instituições de caridade e indivíduos, a trabalhar juntos para limitar a disseminação e cuidar dos afetados - seja diretamente ou indiretamente". E remata: "Estamos comprometidos em garantir que o Santander faça sua parte ”.

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