A Caixa Geral de Depósitos anunciou esta quarta-feira um pacote de medidas de apoio quer às empresas quer aos particulares, independentemente do conjunto de medidas que estão a ser aprovadas pelas autoridades nacionais e europeias.
As medidas destinadas aos particulares com créditos, sobretudo, à habitação, mas também crédito pessoal, poderão a pedido dos clientes ter "um período de carência de capital até seis meses" no financiamento que contrataram junto da CGD que avaliará a situação. Ou seja, os clientes pagarão apenas os juros dos empréstimos e não o capital em dívida na prestação devida, o que tendo em conta que os "juros são muito baixos ou mesmo negativos", o banco público permite que os clientes não paguem durante seis meses o grosso da prestação " desde que sejam os mesmos a solicitar o pedido.
Para os clientes das Contas Caixa, a grande maioria dos clientes da CGD, "todas as transferências realizadas através dos canais digitais "serão gratuitas durante este período de crise.
A Caixa isenta também a primeira anuidade a todos os clientes que não tenham cartão de débito.
Prolongamento de prazos para as empresas
Além da linha de apoio à tesouraria no valor de 200 milhões de euros já para as PME, até 31 de maio, o banco público vai passar, a pedido das empresas que o solicitem, "a reajustar os pagamentos das prestações mensais nos créditos de médio e longo prazo com por um período até 6 meses", de forma a facilitar "os seus planos de de tesouraria aos novos níveis de atividade". Assim como permite "prolongar os prazos de pagamento de financiamentos especializados em modelos de leasing para equipamentos mais atingidos pela atual crise por períodos adicionais de 12 meses" .
Entre as diversas medidas, o banco liderado por Paulo Macedo, visa ainda "em articulação com as sociedades de garantia mútua promover o ajustamento das prestações dos financiamentos garantidos", mais uma vez para aliviar o peso das prestações durante os períodos críticos que se avizinham durante os próximos meses.
O banco publico vai também simplificar "os mecanismos de prorrogação até 180 dias de todas as operações de curto prazo em vigor.
Para as empresas do setor da saúde e da área social como hospitais, clínicas, laboratórios, lares, bombeiros, entidades de apoio social, em geral, a CGD vai também simplificar a prorrogação em 12 meses do prazo total das operações de leasing mobiliário destas entidades, face aos que estão em vigor.
Para o setor dos transportes será alargado "o prazo de pagamento dos leasings sobre viaturas ligeiras e viaturas pesadas períodos até 12 meses ou em alternativa introduzir períodos de carência até 90 dias", e para o setor do turismo a CGD vai avançar também com o alargamento dos "prazos de vencimento até cinco anos em função de uma avaliação pontual" e da especificidade da empresa em causa.
Serão também criadas linhas de crédito e reforço das que já existem às empresas que precisem de comprar equipamentos informáticos e de telecomunicações destinados a incrementar o teletrabalho.
Estarão disponíveis linhas de crédito e reforço das atuais linhas para conferir meios adicionais às empresas no âmbito das suas atividades, nomeadamente para aquisição de equipamentos informáticos e de telecomunicações no sentido de incrementar os meios disponíveis para Teletrabalho, entre outras medidas como o "pré-financiamento de encomendas do Estado ou de grandes cadeias de distribuição, através de mecanismos de crédito existentes".
Até 31 de maio os pequenos comerciantes ficarão isentos do pagamento da mensalidade de todos os Terminais de Pagamento Automáticos, desde que tenham faturação inferior a 7500 euros por mês.
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