Economia

Depois de queda histórica de meio bilão de euros, bolsas europeias fecham no verde

Apesar da Comissão Europeia ter alertado que a zona euro poderá entrar em recessão este ano, as bolsas do Velho Continente encerraram esta sexta-feira com subidas generalizadas. Alguma bonança, depois da queda histórica de 14% das praças da zona euro na quinta-feira negra

Depois da tempestade de quinta-feira nas praças europeias, alguma bonança nesta sexta-feira 13.

As bolsas da zona euro fecharam com ganhos, depois de na quinta-feira negra terem perdido perto de meio bilião de euros, 14% da capitalização do índice MSCI para a área da moeda única.

À cabeça dos ganhos esta sexta-feira, a bolsa de Milão, onde o índice MIB disparou 6,7%. Também em Madrid, a sessão se saldou por uma subida acima da média da zona euro, com o Ibex 35 a avançar 3,7% (mas chegou a estar a ganhar 10%).

Em Lisboa, o índice PSI 20 subiu mais modestamente, apenas 0,83%.

Em termos semanais, Lisboa perdeu 17,9%. Milão caiu ainda mais, 23%, e Madrid recuou 20%. Foi a pior semana desde outubro de 2008.

As praças europeias animaram-se esta sexta-feira com o compromisso da Comissão Europeia de avançar com um pacote de 37 mil milhões de euros e de admitir a flexibilização das regras de ouro orçamentais para as economias mais atingidas pela pandemia do coronavírus. A Comissão admitiu que, em "último recurso", pode acionar a cláusula que permite congelar as regras duras da consolidação orçamental.

Com os pacotes por país já anunciados (incluindo 2,3 mil milhões avançados pelo governo português) e o anuncio por Bruxelas da sua quota-parte, o esforço orçamental colectivo na zona euro para enfrentar a crise já soma 174 mil milhões de euros, mesmo assim apenas 1,25% do PIB da região.

Zona euro pode entrar em recessão

No entanto, Bruxelas avançou com a previsão de que a zona euro poderá contrair em 2020, depois de ter avançado anteriormente, nas Previsões de Inverno, com um crescimento de 1,2%. O Banco Central Europeu avançou na quinta-feira com uma previsão de abrandamento para 0,8%, mas Christine Lagarde avisou logo que estas projeções já estavam desatualizadas.

À mesma hora que as bolsas europeias fechavam, a Organização Mundial de Saúde declarava que a Europa se tornou o epicentro da pandemia do coronavírus.

Em Nova Iorque, os índices registavam ao começo da tarde da sessão em Wall Street desta sexta-feira subidas superiores a 2%, depois de, na quinta-feira negra, terem derrocado 9,5%, o maior trambolhão desde a Segunda-Feira Negra de outubro de 1987.

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