O Banco Central Europeu (BCE) optou na reunião desta quinta-feira por não agravar a taxa negativa de remuneração dos depósitos dos bancos e respondeu com um reforço temporário do programa de compra de ativos (vulgo QE, acrónimo de quantitative easing) e um novo quadro mais favorável para a linha de financiamento TLTRO que arranca em junho.
O pacote recebeu o apoio unânime dos banqueiros centrais do euro.
O QE vai ser reforçado em 120 mil milhões de euros até final do ano e as compras serão orientadas nomeadamente para a aquisição de ativos do sector privado.
O programa de aquisição de ativos que tem estado em vigor envolve uma compra mensal de 20 mil milhões de euros. O que significa que, em termos anuais, é ampliado em 50%, devendo atingir um nível de compras de 360 mil milhões de euros no final de 2020.
Numa primeira reação, a taxa das obrigações portuguesas a 10 anos que abriram em 0,36% galgaram a barreira dos 0,4% depois do anúncio das decisões do BCE.
Ao contrário de 14 outros bancos centrais - nomeadamente a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra - que cortaram taxas este mês em resposta à crise do coronavírus, o BCE decidiu manter o quadro atual, nomeadamente o nível da taxa diretora no mínimo histórico de 0% e a taxa negativa de remuneração das reservas dos bancos em -0,5%.
As bolsas europeias continuam a aprofundar a derrocada desta quinta-feira negra com 17 praças a cair mais de 5%. Na zona euro a liderarem as quedas os índices das bolsas de Bruxelas e Atenas com recuos superiores a 8%. Em Lisboa, o PSI 20 perde 6,5%.
Christine Lagarde, a presidente do banco, dará explicações mais detalhadas sobre o pacote aprovado na conferência de imprensa que se inicia em Frankfurt pelas 13h30 (hora de Portugal).
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