O Banco Central Europeu (BCE) decidiu na reunião do conselho desta quinta-feira adiar por seis meses os trabalhos de revisão estratégica da política monetária que Christine Lagarde lançara em janeiro como a sua grande missão política.
O "enorme choque" provocado pelo coronavírus em fevereiro e março levou o BCE a adiar esta missão central para o ano de 2020, que se baseava no pressuposto do banco poder manter uma "pausa" na política monetária.
O BCE decidiu, por isso, por unanimidade, face à gravidade da crise, por de lado a "pausa" e aprovar um pacote temporário de resposta assente basicamente em dois eixos.
Por um lado, privilegiar as linhas de financiamento para a banca no sentido desta apoiar a liquidez da economia real, nomeadamente das PME, que vai sofrer com esta crise. E, por outro, usar a 'ferramenta' da compra de ativos, com um envelope adicional de 120 mil milhões de euros até final do ano, com a intenção "cirúrgica" de comprar títulos do sector privado, "que está sob um stresse massivo".
No entanto, não compete aos bancos centrais estar na primeira linha de resposta à crise, sublinhou Lagarde várias vezes durante a conferência de imprensa em Frankfurt. A presidente do BCE voltou a apelar aos governos da zona euro para um impulso orçamental. "A política orçamental tem de estar na primeira linha. É necessária uma ação ambiciosa e coordenada e em tempo útil dos governos e de todas as instituições políticas", frisou a francesa.
A fechar a conferência de imprensa, Lagarde anunciou que a reunião de abril do BCE será realizada inteiramente online. Mas garantiu que haverá conferência de imprensa.
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