Economia

Prisa avança contra Cofina por falhanço na venda da Media Capital

Prisa avança contra Cofina por falhanço na venda da Media Capital
FOTO TIAGO MIRANDA

Ações da espanhola Prisa resvalam com negócio abortado em Portugal. Espanhóis dizem que Cofina incumpriu contrato e que desistiu "sem aviso prévio"

Prisa avança contra Cofina por falhanço na venda da Media Capital

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A Prisa vai avançar contra a Cofina, por considerar que a dona do Correio da Manhã incumpriu as obrigações do contrato de venda da Media Capital. Aliás, a empresa espanhola adianta mesmo que a decisão de abortar a operação foi tomada pela empresa liderada por Paulo Fernandes "sem aviso prévio".

“A sociedade iniciará a partir deste momento todas as ações contra a Cofina previstas no contrato de compra e venda", indica a Prisa num comunicado enviado ao regulador espanhol do mercado de capitais. Não especifica o que está em causa.

A Prisa e a Cofina assinaram, no ano passado, um contrato para que a primeira vendesse a Media Capital à dona do Correio da Manhã. A avaliação da empresa era de 205 milhões de euros, sendo que o preço a pagar à Prisa era de 123 milhões (o restante era a assunção de dívida).

Para financiar a operação, a Cofina iria realizar um aumento de capital de 85 milhões de euros. Mas falhou, como anunciou a empresa de media portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta terça-feira. Sem isso, não há compra da Media Capital.

"Sem aviso prévio"

Este passo foi mal recebido pela proprietária do El País: “A Cofina, sem aviso prévio à Prisa, renunciou voluntariamente à continuação do aumento de capital".

Aliás, segundo a Prisa, a Cofina "incumpriu" com o acordo de venda de 95% da Media Capital. E vai contra o que foi dito pela própria Cofina ao mercado. “De acordo com as manifestações da própria Cofina no contrato de compra e venda difundidas ao mercado, esta dispunha dos compromissos necessários para financiar o montante suficiente para concluir a operação, tanto por parte das entidades de crédito como dos seus acionistas relevantes para, no último caso, cobrir a importância correspondente ao aumento de capital”, defende a Prisa.

“Contudo, a Prisa continuará com a sua rota centrada em ativos de educação e em meios de comunicação estratégicos, ao mesmo tempo que manterá a política ativa de desinvestimento dos seus ativos não core”, concretiza a empresa espanhola.

Além de não especificar que ações são essas, a Prisa não especifica o que vai acontecer à Media Capital, a dona da TVI, agora que falhou a venda.

(Notícia atualizada às 11.40 com mais informações)

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