A inflação na zona euro desceu em fevereiro para 1,2%, segundo a estimativa rápida publicada pelo Eurostat, o organismo de estatísticas da União Europeia, esta terça-feira. Trata-se da variação homóloga - em relação ao mesmo mês do ano anterior.
A queda em fevereiro dos preços dos produtos energéticos em 0,3% contribuiu para a descida da taxa de inflação no espaço da moeda única, que vinha em trajetória ascendente tendo registado 1,4% em janeiro, então um máximo de nove meses.
O abrandamento da inflação na zona euro em fevereiro, com a taxa cada vez mais distante do objetivo de proximidade a 2% da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), é mais uma dor de cabeça para Christine Lagarde, a nova presidente do banco, a juntar-se ao impacto inesperado da epidemia do coronavírus chinês.
O BCE reúne o conselho a 12 de março, na próxima semana, num quadro de agravamento das perspetivas económicas. Na segunda-feira, Lagarde emitiu um comunicado afirmando que o BCE está pronto para tomar "as medidas apropriadas e direcionadas" que se tornarem necessárias face à nova conjuntura criada pelo coronavírus de Wuhan.
As economias periféricas do euro - que estiveram envolvidas na crise das dívida soberanas de 2010 a 2013 -, com exceção de Chipre, registaram as taxas mais baixas da região em fevereiro. Itália foi a economia com a inflação mais baixa, em 0,3%, seguindo-se Portugal e Grécia com 0,6%. Espanha e Irlanda registaram 0,9%. Nestas cinco economias a inflação desceu. O Chipre, ao contrário dos restantes periféricos, registou uma subida da inflação de 0,7% em janeiro para 1,1% em fevereiro, saindo daquele grupo com taxas abaixo de 1%.
A economia que registou a taxa mais elevada foi a Eslováquia, com um inflação em fevereiro de 3,1%.
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