Limites às comissões? Novo Banco admite que “menos receita obrigará a maior controlo de custos” 

No dia em que o Novo Banco apresentou prejuízos de 1.058 milhões referentes a 2019, e em que anunciou que precisará de 1.037 milhões do Fundo de Resolução, António Ramalho assumiu que, a haver limitação das comissões bancárias, o banco poderá ter de enfrentar custos adicionais – alinhando na ideia já defendida pela Associação Portuguesa de Bancos.

Se o limite às comissões se “vai refletir em menos receita, obrigará a um maior controlo de custos”. "Não me parece que mereça nenhum qualificativo", continuou Ramalho na conferência de imprensa de apresentação de contas do Novo Banco, realizada esta sexta-feira, 28 de fevereiro, quando questionado sobre a decisão do Parlamento.

A APB avisou o Parlamento de que restrições às comissões poderiam conduzir a cortes de pessoal e de trabalhadores. O que o PS e o BE chamaram de “chantagem”.

“Não dá resultado quando políticos querem ser técnicos”

“Uma coisa é ser técnico, outra coisa é ser político. Não dá resultado quando os políticos querem ser técnicos”, respondeu.

O líder do banco respodeu que “há boas intenções teóricas, mas o inferno real está cheio de boas intenções teóricas”.

Os deputados acordaram restrições a comissões bancárias, nomeadamente as cobradas em transferências por MB Way e pelo processamento de prestações de crédito à habitação.

“Há comissões que representam serviços prestados e precisam de ser pagos, para que possam ser bem prestados”, continuou. A maior parte dos partidos políticos defende, contudo, que há comissões que são cobradas em operações nas quais não há qualquer serviço associado.