Economia

Bolsas da Europa afundam-se em fevereiro. Atenas perde 21% e Lisboa 9%

Bolsas da Europa afundam-se em fevereiro. Atenas perde 21% e Lisboa 9%
Peter Macdiarmid/Getty Images

As bolsas europeias fecharam esta sexta-feira no vermelho prosseguindo a derrocada provocada pela epidemia do coronavírus. Atenas liderou as quedas em fevereiro. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 9,2%, com os CTT e Nos a afundarem-se mais de 20%

As bolsas europeias fecharam no vermelho esta sexta-feira aprofundando a derrocada iniciada a 20 de fevereiro provocada pela globalização da epidemia do coronavírus chinês.

A bolsa que registou a maior queda mensal foi Atenas, com o principal índice a perder 21%.

Em Lisboa, o PSI 20 perdeu 9,3% em fevereiro, situando-se entre as cinco bolsas europeias que registaram maiores quedas mensais (Atenas, Varsóvia, Istambul, Londres, Lisboa e Dublin).

No entanto, esta queda mensal fica atrás da registada em junho de 2016, o mês da surpresa do triunfo do Brexit no referendo no Reino Unido, quando o PSI 20 caiu 10,2%.

Na bolsa de Lisboa, os títulos da NOS e dos CTT registaram as maiores quebras - com os primeiros a perder 23,7% e os segundos a cair 20,8%.

Volatilidade disparou

O pânico financeiro também se apoderou das bolsas europeias, sobretudo depois de 20 de fevereiro. Ele pode ser medido pelos índices de volatilidade.

No caso da zona euro, o índice de volatilidade VIX está associado ao índice bolsista Eurostoxx 50 (das cinquenta principais cotadas na zona euro) que chegou a subir para níveis não observados desde a crise das dívidas soberanas nos periféricos do euro em 2011.

Esta sexta-feira, na última sessão do mês, o VIX chegou a subir para 49,69, um nível muito acima dos registados na crise do Brexit em junho de 2016 e no abalo bolsista em fevereiro de 2018. Os máximos do VIX na zona euro estão em mais de 70 registados em dezembro de 2008, no ano da crise financeira global.

O índice disparou 168% nesta última semana de fevereiro.

A negociação na Europa foi também afetada pelo recrudescimento da tensão geopolítica no Médio Oriente envolvendo a Síria e a Turquia. Ancara renovou esta sexta-feira a pressão sobre a União Europeia ameaçando facilitar uma nova vaga de refugiados sírios para os vizinhos europeus.

Os mercados de ações americanos ainda estão em negociação.

Em Nova Iorque, os índices estão no vermelho, com o Dow Jones - que na quinta-feira registou a maior queda em pontos de sempre - a perder 2,5%. Depois de uma quinta-feira negra, com uma quebra global em Nova Iorque de 4,4%, Wall Street regista esta sexta-feira quedas menos profundas. Os investidores aguardam uma tomada de posição da Reserva Federal, o banco central, ainda hoje.

Esta última sessão do mês nas bolsas fica marcada pela elevação para o nível "muito alto" da ameaça internacional do coronavírus chinês por parte da Organização Mundial de Saúde.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate