Economia

Isabel dos Santos vai receber dinheiro da venda do EuroBic? Explicação é dada no Parlamento dia 4

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
José Carlos Carvalho

Governador do Banco de Portugal foi chamado pelo Bloco de Esquerda. Partidos aprovaram por unanimidade. Audição decorrerá a 4 de março

Isabel dos Santos vai receber dinheiro da venda do EuroBic? Explicação é dada no Parlamento dia 4

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O escândalo Luanda Leaks vai chegar formalmente ao Parlamento. O protagonista será Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, numa audição que foi convocada pelo Bloco de Esquerda, com caráter de urgência, e aprovada por unanimidade.

A data foi já acordada pela comissão de Orçamento e Finanças para 4 de março, conforme anunciou o seu presidente, o deputado socialista Filipe Neto Brandão. Na semana passada, a convocatória feita pelo BE foi aprovada por todos os restantes partidos.

A audição de Carlos Costa parte do requerimento do BE, que aponta para três questões que se prendem sobretudo com o EuroBic, banco por onde passaram transferências suspeitas: o apuramento de todas as responsabilidades nas falhas da prevenção do branqueamento de capitais; a avaliação da idoneidade da administração e dos acionistas; e ainda a avaliação da operação de venda do EuroBic.

O EuroBic é detido, em 42,5%, pela empresária Isabel dos Santos, que era visada no Luanda Leaks, que colocou à venda essa posição depois da polémica. Os restantes acionistas, nomeadamente o seu sócio Fernando Teles, também decidiram fazer o mesmo.

O espanhol Abanca assinou um contrato para a compra destas participações, estando a transação a ser avaliada.

Em causa está a preocupação sobre como poderá a venda gerar um encaixe à empresária angolana, já assumida pela coordenadora bloquista, Catarina Martins, que pediu mesmo às autoridades para evitar a consumação da venda.

Outro dos temas é a avaliação da idoneidade de administradores. Esta quarta-feira, o Público avançou que Fernando Teixeira dos Santos foi chamado ao Parlamento para dar explicações sobre este caso.

O Luanda Leaks é uma investigação jornalística, que partiu de documentos obtidos por Rui Pinto, que foram trabalhados pelo consórcio ICIJ, do qual faz parte o Expresso. Em causa estão práticas duvidosas de Isabel dos Santos na presidência da angolana Sonangol. A investidora está, inclusive, a ser investigada pela justiça angolana, o que conduziu, também, ao arresto das suas contas em Portugal.

O tema já esteve em debate no Parlamento Europeu, passando agora a estar agendada uma audição dedicada ao tema exclusivamente no Parlamento nacional.

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