Economia

Comissões bancárias: Partidos têm acordo para gratuitidade de declaração que custa até €75

Comissões bancárias: Partidos têm acordo para gratuitidade de declaração que custa até €75
divulgação

Maioria alinhada no fim das comissões na declaração de dívida e no MB Way. No distrate e contas low cost não

Comissões bancárias: Partidos têm acordo para gratuitidade de declaração que custa até €75

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Há uma maioria parlamentar de acordo em colocar fim a uma comissão bancária que, em cada ato, rende valores entre €35 e €75 às instituições financeiras, custando ainda mais aos clientes devido ao imposto associado. Trata-se da comissão pela declaração de dívida, solicitada por exemplo para que os cidadãos possam ter acesso a serviços públicos ou a apoios sociais. A outra comissão que conta com consenso alargado é o limite à cobrança nas transferências em plataformas como o MB Way.

“Às instituições de crédito e demais entidades autorizadas à concessão de crédito está vedado cobrar comissões que sejam associadas à emissão de declarações de dívida ou a qualquer outra declaração emitida com o mesmo propósito, quando esta tenha por fim o cumprimento de obrigações para acesso a apoios ou prestações sociais e serviços públicos, até um limite anual de seis (6) declarações”, aponta o projeto de lei que o Partido Socialista apresentou esta semana no Parlamento. O Bloco de Esquerda e o PAN também alinham nessa ideia, ainda que sem limite quantitativo.

O objetivo dos partidos — que juntos têm maioria no hemiciclo — será trazer gratuitidade para uma comissão de alguma dimensão para as instituições financeiras. Os preçários dos principais bancos portugueses apontam para valores distintos. A Caixa Geral de Depósitos cobra €50 euros, mais IVA a 23% (€61,5), aos clientes com crédito à habitação que queiram a declaração de dívida, o mesmo valor cobrado pelo BPI. O Novo Banco tem uma comissão de €60, abaixo dos €75 do Santander. O BCP distingue entre os €35 para uma declaração simples e os €150 para uma detalhada.

O consenso partidário abrange, também, as transferências por plataformas como o MB Way, que os bancos começaram a cobrar no início do ano passado, com valores que não superam os €2 por transação. O PCP aqui está alinhado com o BE e o PS (e também o Chega), propondo isenção de comissões nestas operações, ainda que os socialistas admitam cobrança quando há transações de maior valor e com maior frequência.

Contudo, há outros aspetos em que não há acordo total entre os partidos, e a possível aprovação partidária é mais difícil de antever, como o fim da comissão na emissão do distrate (cancelamento da hipoteca) ou o alargamento dos serviços mínimos bancários — o PSD, por exemplo, não propõe transferências por MB Way gratuitas, mas quer incluí-las nas contas de baixo custo.
As comissões bancárias serão debatidas, por via do agendamento das propostas do Bloco, no próximo dia 27 de fevereiro.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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