Economia

PIB cresce 2% em 2019 e fica acima da previsão do Governo

PIB cresce 2% em 2019 e fica acima da previsão do Governo
Nuno Botelho

Aumento do Produto Interno Bruto em 2019 fica aquém dos 2,4% registados no ano anterior, segundo a estimativa rápida publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Contudo, supera a projeção do Governo de 1,9%

O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 2% em 2019, menos 0,4 pontos percentuais que o registado no ano anterior, segundo a estimativa rápida publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este valor, apesar de traduzir um abrandamento face a 2018, fica ligeiramente acima da projeção do Governo que, no Orçamento do Estado para este ano inscreveu o número de 1,9% como estimativa para a expansão do PIB em 2019.

Os detalhes sobre a evolução do PIB e as suas componentes no ano passado ainda não são conhecidos - o INE só divulgará esses dados no final de fevereiro - mas a autoridade estatística nacional deixa já pistas sobre as grandes linhas de evolução da eocnomia portuguesa em 2019.

Assim, o abrandamento face a 2018, "resultou do contributo positivo menos intenso da procura interna, refletindo o abrandamento do consumo privado", indica o INE, acrescentando que "a procura externa líquida apresentou um contributo ligeiramente menos negativo que em 2018, verificando-se uma desaceleração das Exportações e das Importações de Bens e Serviços".

Quarto trimestre surpreende pela positiva

Analisando os últimos três meses do ano, o PIB expandiu-se 2,2% em volume, em termos homólogos, ou seja, face ao quarto trimestre do ano passado. São mais 0,3 pontos percentuais do que a taxa do trimestre anterior.

Economistas ouvidos pelo Expresso já tinham antecipado que a economia portuguesa iria fechar o ano passado sem perder gás, ou seja, que o crescimento no quarto trimestre não iria abrandar face ao ritmo dos três meses anteriores, ficando nos 1,9% ou 2%.

Mas, o número apurado pelo INE acaba mesmo por surpreender pela positiva, com a referida aceleração para 2,2%.

Destaque para o facto do contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB ter sido positivo nos três últimos meses do ano, após ter sido negativo nos trimestres anteriores, "observando-se uma aceleração das Exportações de Bens e Serviços e uma desaceleração das Importações de Bens e Serviços", indica o INE.

Já a procura interna registou um contributo positivo menor que o registado no trimestre anterior, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é o indicador-chave para analisar o investimento.

Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o produto expandiu-se 0,6% em termos reais, o que compara com uma variação em cadeia de 0,4% no trimestre anterior. Aqui, "o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de negativo a positivo no quarto trimestre, enquanto o contributo da procura interna foi negativo, após ter sido positivo", especifica o INE.

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