Economia

Coronavírus leva organizadores do Mobile World Congress a ponderarem cancelar o evento

Coronavírus leva organizadores do Mobile World Congress a ponderarem cancelar o evento
ENRIC FONTCUBERTA

Empresas como a Amazon, a Sony e a Intel já desistiram de participar naquela que é a maior feira de telecomunicações do mundo – e há mais a ponderarem fazê-lo. Governo e autarquia não querem ouvir falar em cancelamento ou adiamento

A associação de operadoras e fabricantes de telecomunicações que organiza o Mobile World Congress (MWC) em Barcelona vai reunir-se esta sexta-feira para decidir quais as novas medidas a adoptar antes do congresso e, caso se justifique, o cancelamento ou adiamento do evento de tecnologia perante a crise do coronavírus, noticia esta terça-feira o “El País”, citando fontes do sector.

É certo que a reunião é um encontro habitual da organização antes do início daquela que é a maior feira de telecomunicações do mundo, cuja estreia está prevista para daqui a duas semanas). Mas o jornal espanhol adianta que esta reunião será aproveitada para tomar uma decisão sobre o cancelamento do evento ou o seu adiamento para a primavera, perante a desistência de grandes empresas participantes.

Esta última solução seria mais vantajosa para aligeirar as perdas que uma potencial anulação do evento poderia provocar.

Empresas como a Amazon, a LG, Ericsson, Sony, Vivo e Intel já cancelaram a sua presença no evento – e a Vodafone e a Deutsche Telekom estão a avaliar se deverão ou não seguir-lhes os passos. Apesar da preocupação, estas operadoras ainda não criaram um comité de crise nem tomaram qualquer decisão.

Mas o governo e a câmara municipal não querem ouvir falar em cancelamentos ou adiamentos e têm confiança que a maioria das 2.800 empresas e dos 100 mil participantes que estavam previstos este ano irão marcar presença. Recorde-se que o MWC tem um impacto económico de cerca de 492 milhões de euros em Barcelona e gera perto de 14 mil empregos a tempo parcial.

Este domingo, a organização do evento declarou que vai manter as portas abertas e anunciou a adoção de várias medidas, como a proibição da entrada de todas as pessoas que venham da província chinesa de Hubei (onde está localizada a cidade de Wuhan, na qual o surto de coronavírus teve origem).

Também serão criados pontos de controlo de temperatura ao longo da feira e emitidas recomendações, como uma política para “evitar apertos de mão” desnecessários.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mjbourbon@expresso.impresa.pt

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