Economia

Ligação de metro do Rato ao Cais do Sodré sofre novo revés

Ligação de metro do Rato ao Cais do Sodré sofre novo revés
Peter Charlesworth/Getty

Já há quatro propostas para a ligação do Rato à futura estação de Santos, mas as duas propostas ao lote dois que leva o metro de Santos ao Cais do Sodré deverão ser excluídas por ultrapassarem o preço-base. Consórcios da Mota-Engil e da Teixeira Duarte são os únicos que concorrem à totalidade da empreitada cujo preço-base é de 120 milhões de euros.

Só a Mota-Engil e a Teixeira Duarte entregaram propostas para os dois lotes da construção da linha de metropolitano que vai ligar a estação do Rato à do Cais do Sodré.

Dos sete consórcios a concurso, quatro apresentaram propostas para o lote 1 que vai ligar a estação do Rato à futura estação de Santos. As duas propostas entregues para o lote 2 – ligação de Santos ao Cais do Sodré – ultrapassam o preço base definido e, a concretizar-se, a previsível exclusão, o Metropolitano de Lisboa terá que lançar novo concurso público.

O consórcio liderado pela brasileira Odebrecht e os dos grupos espanhóis Ferrovial e Sacyr não entregaram qualquer proposta a concurso. O lote 1 tem um preço base de 52 milhões de euros e o lote 2 de 68 milhões de euros.

Em análise pelo júri do concurso estão as propostas apresentadas para o lote 1 pelo consórcio liderado pela Mota-Engil e que inclui a francesa Spie Batignoles, com um valor de execução 49,631 milhões de euros; o da espanhola Acciona com a Casais, 47,690 milhões de euros; o da Teixeira Duarte (com Alves Ribeiro, HCI e Tecnovia), 77 milhões de euros. Por fim, a Zagope apresentou uma solução no valor de 48,624 milhões de euros, lê-se no comunicado do Metropolitano de Lisboa.

Este primeiro lote liga a estação do Rato à de Santos (localizada no Regimento de Sapadores Bombeiros) e decorre a grande profundidade - a futura estação da Estrela ficará a 56 metros da superfície e será a mais profunda da rede (a da Baixa-Chiado está a 50 metros de profundidade.

Já a obras de ligação entre a futura estação de Santos ao Cais do Sodré vão decorrer a céu aberto numa zona arqueologicamente sensível.

Para o lote 2, o consórcio da Mota-Engil propõe um preço de 87,5 milhões de euros, enquanto o preço apresentado pela Teixeira Duarte é de 110 milhões de euros, valores que ultrapassam o preço-base do concurso. “Nos termos da legislação aplicável do Código dos Contratos Públicos - CCP, esta circunstância determina, obrigatoriamente, a exclusão de ambas as propostas. Como tal, o Júri elaborou o Relatório Preliminar de Análise e Avaliação das Propostas apresentadas para o Lote 2, o qual se encontra em fase de audiência prévia de interessados”, lê-se no comunicado do Metropolitano de Lisboa.

Após a elaboração do Relatório Final, e caso se confirme a exclusão das duas propostas apresentadas para o Lote 2, a empresa “lançará, oportunamente, novo concurso para adjudicação da empreitada de Execução dos toscos entre a estação de Santos e o término da estação Cais do Sodré”. Na prática, além da ligação ferroviária, este lote inclui também a estação de Santos e construção do novo átrio da estação Cais do Sodré.

A repetição do concurso do lote 2 é mais um percalço face ao calendário inicialmente apresentado pelo Governo para a criação da chamada linha circular do Metro de Lisboa, depois de dois adiamentos da abertura de propostas. Sem contar com a previsível anulação do lote 2, a empresa continua a apostar na abertura ao serviço das futuras estações da Estrela e Santos no ínício de 2024.

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