Economia

Galp compra ativos de energias renováveis em Espanha por 450 milhões

Galp compra ativos de energias renováveis em Espanha por 450 milhões
Jose Carlos Carvalho

A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva venceu a corrida pela compra dos negócios solares fotovoltaicos que o grupo espanhol ACS pôs à venda no final do ano passado, num negócio que vai acelerar a entrada da Galp no negócio da energia solar

Galp compra ativos de energias renováveis em Espanha por 450 milhões

Miguel Prado

Editor de Economia

A Galp Energia decidiu abrir os cordões à bolsa para avançar mais rápido no negócio das energias renováveis, tendo ganho a corrida pela compra de um conjunto de projetos de energia solar do grupo espanhol ACS. Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp revelou a aquisição dos ativos, por um preço de 450 milhões de euros.

Além de pagar aquele preço, a Galp assume a dívida da empresa espanhola, no valor de 430 milhões de euros, comprometendo-se ainda a realizar até 2023 investimentos em projetos da Zero-E. Assim, o valor global da transação eleva-se a 2,3 mil milhões de euros.

"O acordo inclui mais de 900 MW (megawatts) de capacidade de geração recentemente comissionada e um conjunto de projetos em diferentes estágios de desenvolvimento com instalação planeada até 2023. Todos os projetos têm já assegurado o respetivo acesso à rede", informou a Galp.

Globalmente, e incluindo os projetos em desenvolvimento, a carteira de ativos agora comprada pela Galp tem 2900 megawatts (MW).

Em dezembro o Expresso já tinha noticiado que a Galp estava na corrida à compra da Zero-E, um processo que, segundo o jornal espanhol "El Confidencial", contava também com a concorrência dos fundos Brookfield e Macquarie e também do grupo chinês China Railway Group.

A aquisição agora confirmada insere-se no plano anunciado pela administração de Carlos Gomes da Silva de adaptar a Galp à nova realidade da transição energética, com uma exposição crescente às energias limpas, ainda que o petróleo continue a ser o eixo central da geração de receitas do grupo nos próximos anos.

"Este acordo irá reforçar a posição da Galp como uma empresa integrada de energia e representa um avanço significativo no nosso compromisso em apoiar uma transição gradual para uma economia de baixo carbono. A transação reflete uma tomada de decisão disciplinada, alinhada com as diretrizes estratégicas e de alocação de capital da empresa, as quais consideram 10% a 15% de futuros investimentos alocados ao desenvolvimento de um portefólio competitivo de renováveis e novos negócios", comentou o presidente executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva, em comunicado.

Este mês a Galp já havia anunciado a nomeação de um novo diretor para a sua área de energias renováveis, o gestor espanhol Carlos Relancio.

Em Portugal a Galp já havia adquirido nos últimos anos um conjunto de projetos para construir várias centrais solares de larga escala no Sul do país, projetos esses que estavam a ser desenvolvidos e licenciados por empresas de Miguel Barreto, antigo diretor-geral de Energia e Geologia.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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