Novo Banco atrasa salvação do Sporting

BCP dá OK a acordo para redução da dívida bancária do grupo SCP. Falta a luz verde do outro credor, o Novo Banco
BCP dá OK a acordo para redução da dívida bancária do grupo SCP. Falta a luz verde do outro credor, o Novo Banco
Jornalista
O acordo para a reestruturação da dívida bancária do Sporting Clube de Portugal (SCP) está dependente do aval do Novo Banco. O Banco Comercial Português (BCP) já deu o seu OK, mas ainda falta a luz verde do banco liderado por António Ramalho para que se concretize a solução na qual o fundo americano Apollo tem estado envolvido, apurou o Expresso.
O prazo para o entendimento entre o clube (e a sociedade anónima desportiva) e os bancos terminou esta semana. Só que ainda não há fumo branco nas negociações do acordo que permitirá baixar o nível de endividamento do grupo SCP.
O BCP há muito que tornou público que se quer afastar totalmente do futebol e desde 2013 que a torneira do crédito a esta modalidade está fechada. Só que nessa data já havia exposição, pelo que o banco liderado por Miguel Maya teve de ir lidando com a herança. Agora manifesta disponibilidade para o acordo em relação ao SCP, sendo que não deverá sofrer perdas adicionais em relação às já registadas, ou seja, o banco foi antecipando e registando aquilo que poderia não recuperar (as chamadas imparidades). Já da parte do Novo Banco ainda não há uma resposta concreta, estando o assunto a ser tratado nos seus serviços internos.
É do interesse dos bancos que a questão da dívida bancária seja resolvida, a par da recompra dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis, os VMOC, um instrumento financeiro que foi criado há anos para aliviar a dívida dos leões e onde os bancos admitem perder €95 milhões.
Para os bancos, o assunto é sensível. Desde logo porque lidar com empresas de futebol é estar associado a processos que têm uma perceção emocional por parte dos cidadãos. E, no caso do Novo Banco, há ainda a acrescentar o peso de o banco necessitar de fundos públicos anualmente.
O prazo para a negociação terminou esta semana, altura até à qual vigorava o ‘balão de oxigénio’ dado pelo Apollo, depois de o SCP lhe ter cedido as receitas dos direitos televisivos da NOS em 2019.
Nem o SCP nem os restantes envolvidos fizeram comentários ao Expresso.
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