Fernanda Pires da Silva, empresária com atividades centradas no sector imobiliário em Portugal, faleceu neste sábado. O velório decorre neste domingo, a partir das 15h00, na Basílica da Estrela, em Lisboa. O enterro decorrerá na segunda-feira pelas 11h30, no cemitério da Guia, em Cascais.
A empresária foi responsável pela construção do Autódromo do Estoril, que ostenta, atualmente, o seu nome. Durante a presidência de Jorge Sampaio, recebeu a Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial. Foi condecorada como Grande-Oficial da Ordem do Mérito e a 11 de março de 2000 e foi elevada a Grã-Cruz da mesma Ordem. Em janeiro de 1974 foi distinguida como empresária do ano pelo jornal "A Capital".
Fernanda Pires da Silva tinha dois filhos, um dos quais Abel Pinheiro, que foi presidente executivo da Grão-Pará e antigo dirigente do CDS. Viveu no Brasil, país onde foi criada a Grão-Pará, ao qual regressou durante a Revolução de 25 de abril de 1974 e na sequência do processo de estatização da economia portuguesa. Regressou a Portugal no final da década de 1970 e no início dos anos 80 o grupo foi-lhe restituído.
O autódromo do Estoril foi inaugurado a 17 de junho de 1972 e recebeu a última prova de Fómula 1 em agosto de 1996, ganha pelo piloto canadiano Jacques Villeneuve. A 8 de julho de 1997 Augusto Mateus, então ministro da Economia, assinou com a empresária um acordo para a liquidação das dívidas do grupo Grão-Pará ao Estado, que fica detentor de 51% da sociedade detentora do autódromo.
Em abril de 2000 o Autódromo reabriu com um novo traçado e alterações de vulto, para poder voltar a receber uma prova mundial de F1. Mas no final desse ano o Tribunal de Contas revelou a derrapagem no valor das obras: os 847 mil contos (€4,22 milhões) previstos tinham atingido cerca de 5 milhões de contos (€24,93 milhões).
E em janeiro de 2007 o Estado, através da Parpública, ficou com 100% do autódromo e colocou-o à venda. A Câmara Municipal de Cascais mostrou interesse mas não aceitou pagar os 35 milhões de euros pedidos.
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