Após dois meses inalterada, nos 6,5%, a taxa de desemprego em Portugal, ajustada do impacto da sazonalidade, subiu em novembro de 2019 para os 6,7%, indica a estimativa provisória divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira. É o valor mais elevado no espaço de um ano, ou seja, desde novembro de 2018, altura em que também se encontrava nos 6,7%.
Nesse intervalo, a taxa mensal apurada pelo INE (que, recorde-se, é ajustada do impacto da sazonalidade, ao contrário dos dados trimestrais que não sofrem esse ajustamento) recuou até um mínimo de 6,4%, em agosto, iniciando uma trajetória de subida em setembro, até atingir em novembro os referidos 6,7%.
Segundo a estimava provisória do INE, em novembro de 2019 a população desempregada em Portugal atingiu as 347,4 mil pessoas, sofrendo um acréscimo de 9 mil pessoas em relação a outubro (mais 2,7%). Já em termos homólogos, verificou-se um aumento de 2,6 mil pessoas (mais 0,8%)
São números que apontam no mesmo sentido do alerta já deixado por vários economistas: a taxa de desemprego em Portugal está já muito em linha com a taxa natural, um conceito teórico que traduz o patamar de desemprego associado ao funcionamento da economia em velocidade de cruzeiros, usando todos os seus recursos produtivos.
Ou seja, sem um crescimento económico mais forte, o espaço para descidas adicionais da taxa de desemprego está, em grande medida, esgotado.
Quanto à população empregada, a estimativa provisória do INE indica que se situou em 4,8507 milhões de pessoas em novembro de 2019. Ou seja, menos 16 mil pessoas do que em outubro (redução de 0,3%), mas, mais 26,9 mil pessoas (aumwnto de 0,6%) em relação a novembro de 2018.
O INE estima ainda que a taxa de desemprego dos jovens (mais uma vez, ajustada de sazonalidade) subiu para 19% em novembro de 2019 (estimativa provisória), o que compara com 17,9% em outubro, mas fica abaixo dos 19,1% apurados em novembro de 2018.
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