Montepio confirma que Tomás Correia saiu da mutualista e da fundação

Depois da pressão do supervisor, António Tomás Correia abandonou a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral. Só que, ao contrário do que inicialmente foi pensado dentro do grupo mutualista, não permanecerá na liderança da Fundação Montepio.

“Confirmamos que o Dr. António Tomás Correia terminou funções na Associação Mutualista Montepio e na Fundação Montepio. Esta decisão resultou de vontade do próprio, por considerar não estarem reunidas as condições necessárias para tal”, respondeu a assessoria de imprensa da mutualista depois de o Expresso reiterar a questão.

O "Jornal Económico" tinha já noticiado, no fim-de-semana, a indicação de que Tomás Correia não ficaria na Fundação que tinha, no final de 2018, fundos patrimoniais de 1,1 milhões de euros.

A Fundação Montepio manteria a ligação de Tomás Correia ao grupo mutualista e, segundo o "Observador", a administração da associaçaõ chegou mesmo a ponderar o alargamento do âmbito de atuação da fundação. Acabou por não avançar. Segundo o jornal, Tomás Correia vai escrever peças de teatro. O Expresso questionou se haveria alguma outra ligação ao Montepio, seja em órgãos sociais seja órgãos consultivos, mas não houve resposta.

Um ano depois de reeleito, Tomás Correia abandonou a liderança da maior associação mutualista portuguesa depois de o supervisor, a Autoridade de Supervisão de Seguros e de Fundos de Pensões (ASF), ter sinalizado que não iria proceder ao seu registo (o que, de acordo com as novas regras das mutualistas, é obrigatório).

Em causa estão as investigações no Ministério Público (de que ainda não houve qualquer conclusão) e o processo contraordenacional do Banco de Portugal, onde foi condenado, decisão revertida pelo tribunal de Santarém e da qual o supervisor da banca vai recorrer.

A saída de Tomás Correia ocorreu este domingo, dia 15, sendo substituído por Virgílio Lima, até aqui administrador.