Economia

Banca pede a Governo e Parlamento para não haver travão legislativo às comissões

Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos
Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos
Luís Barra

Faria de Oliveira desdramatiza comissões sobre MB Way: desde o início que se antecipava a cobrança

Banca pede a Governo e Parlamento para não haver travão legislativo às comissões

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O Governo quer avaliar a regulação das comissões, os partidos têm feito um cerco sobre o tema e, na semana passada, o Bloco de Esquerda pediu intervenção política para que seja colocado um travão às comissões que os bancos cobram pelo dinheiro dos seus clientes. A banca, através da Associação Portuguesa de Bancos, deixou claro no Parlamento que não faz sentido qualquer alteração legislativa neste assunto.

“Aquilo que a APB entende é que não deve haver qualquer intervenção legislativa que altere e crie mais condicionantes” à ideia de os bancos fixarem “livremente os preços pelos serviços que prestam”, afirmou Catarina Cardoso, diretora-geral da APB, na audição da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças desta sexta-feira, 13 de dezembro.

“Não devem ser criadas restrições” que afetem a liberdade de os bancos estabelecerem os preços que consideram ser adequados, declarou.

Os bancos têm vindo a aumentar as comissões como forma de subirem as suas receitas num contexto em que o negócio bancário central (a margem financeira) está estrangulada, já que as taxas de juro em mínimos impedem que se consigam rendimentos nos créditos concedidos. Na semana passada, o Bloco de Esquerda avançou com um pacote legislativo sobre o tema, mas todos os partidos têm feito um cerco ao tema – aliás, o próprio Governo tem no seu programa a necessidade de uma avaliação do quadro regulatório das comissões bancárias.

Sobre um tema específico, o MB Way, Fernando Faria de Oliveira, que lidera a associação, desdramatiza a cobrança de comissões.

“Desde momento que o serviço foi lançado, os bancos disponibilizaram nos seus próprios preçários a comissão, tendo na generalidade dos casos sido adotada uma política de isenções”, declarou. Durante meses (e até anos), os bancos disponibilizaram um serviço, assumiram que ele tinha um custo, mas não o cobravam aos clientes. Havia uma isenção total, que acabou agora, sobretudo nas transferências que não são feitas nas aplicações próprias.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate