Particulares e empresas nunca ganharam tão poucos juros com os seus depósitos
Portugueses têm juro de 0,08% nos depósitos. Europeus conseguem um pouco mais
Portugueses têm juro de 0,08% nos depósitos. Europeus conseguem um pouco mais
Jornalista
As empresas portuguesas nunca conseguiram tão poucos juros com os depósitos que têm aplicados na banca nacional. Em outubro, chegou-se a um novo mínimo histórico que, mesmo assim, é superior ao que recebem as congéneres do resto da Zona Euro.
“Em outubro de 2019, a taxa de juro média dos novos depósitos até um ano de sociedades não financeiras foi de 0,08%, atingindo um novo mínimo histórico”, revela a nota divulgada esta terça-feira, 10 de dezembro, pelo Banco de Portugal. A taxa de juro estava em 0,09% em setembro.
A comparação é, mesmo assim, favorável em relação à Zona Euro, onde a taxa de juros nos depósitos de empresas não financeiras foi de -0,04%, ou seja, as sociedades tiveram de pagar para ter o seu dinheiro guardado nos bancos da região.
Em Portugal, esta não é uma possibilidade, já que não é possível cobrar juros negativos (mesmo que os bancos procurem alternativas através das comissões, intenção onde já foi colocado um travão parcial - só podem cobrar a institucionais financeiros, como outros bancos ou seguradoras).
A taxa de juro média nos novos depósitos baixou também nos particulares, marcando igualmente um novo mínimo histórico, fixando-se em 0,08% (já era esta a taxa em setembro, mas houve uma descida ligeira). Em outubro do ano passado, a taxa estava em 0,15%.
Os particulares conseguem juros ligeiramente mais baixos do que os novos depósitos concedidos na média da Zona Euro. Aí, a taxa de juro média anualizada é de 0,23%, de acordo com os dados revelados pelo supervisor. Mesmo assim, os depósitos de particulares nos bancos nacionais ascenderam, em outubro, a 148 mil milhões de euros, um crescimento anual de 4,3%.
A taxa nos depósitos disponibilizados pelos bancos tem vindo a cair – e, no caso de países europeus como a Alemanha, a entrar em terreno negativo – por conta da descida da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu para zero e da taxa de depósito para -0,5% - obrigando os bancos a pagar para depositar o excesso de liquidez em Frankfurt.
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