A melhor gestora do mundo de pequenos hotéis é portuguesa
A Amazing Evolution, criada por Margarida Almeida, voltou a ganhar, pelo segundo ano consecutivo, o 'óscar' mundial na gestão de hotéis-boutique
A Amazing Evolution, criada por Margarida Almeida, voltou a ganhar, pelo segundo ano consecutivo, o 'óscar' mundial na gestão de hotéis-boutique
Jornalista
É o segundo ano consecutivo em que a empresa portuguesa Amazing Evolution, criada por Margarida Almeida, ganha o óscar' de turismo como melhor gestora de hotéis-boutique a nível mundial. O prémio World's Leading Boutique Hotel Operator foi atribuído à Amazing esta quinta-feira na cerimónia dos World Travel Awards (WTA) em Muscat, capital de Omã, onde Portugal arrecadou 13 'óscares' de turismo, entre os quais o de melhor destino turístico do mundo pelo terceiro ano consecutivo.
Para Margarida Almeida, que garante estar em 2019 com "um crescimento incrível" na Amazing, empresa que este ano aumentou o seu portefólio com "seis novos hotéis, de diferentes perfis de investidores", ganhar o prémio dos World Travel Awards é simultaneamente "uma grande felicidade, mas também uma grande responsabilidade".
Margarida Almeida abriu a Amazing Evolution há sete anos, especializando-se na difícil arte de resgatar hotéis da falência. "Mas hoje esta é uma atividade secundária no nosso portefólio", salienta a gestora, reconhecendo que continua a ser "um trunfo de peso na percepção que o mercado tem de nós, pois se conseguimos recuperar hotéis em situação difícil, melhor capacitados estamos para lançar hotéis de raíz e que estão a nascer sem vicissitudes, uma vez que conhecemos bem os problemas que podem ter para se tornarem ativos rentáveis", salienta a gestora.
O prémio foi ganho na categoria de hotéis-boutique, apesar de a carteira da Amazing incluir hotéis de maior dimensão, como o Golfe Mar no Vimeiro ou o Meliá Aldeia dos Capuchos na Costa de Caparica. A empresa tem de momento 17 hotéis sob gestão e quatro em 'pipeline' que irão abrir em 2020, detidos por investidores privados.
"Vemos a hotelaria verdadeiramente como um negócio de pessoas para pessoas, e isto não é só conversa", frisa Margarida Almeida, referindo que esta "triangulação" começa no investidor que aplica o seu dinheiro, estende-se à equipa da operação "que tem de estar motivada" até chegar ao cliente final. "E se o investidor fica satisfeito com os resultados, também o cliente final tem de ficar feliz com o serviço", resume.
Segundo Margarida Almeida, "Portugal precisa de trabalhar muito o serviço: é aí que nos distinguimos enquanto destino turístico". Na perspetiva da gestora, "os operadores portugueses precisam de arriscar mais na criação de produto novo, para também poderem ter preços mais alinhados com a realidade das capitais europeias. Não podemos ter medo, há que assumir este objetivo".
Respeitar "a autenticidade dos projetos", na consciência de que "os hóspedes, hoje, querem ter experiências locais, culturais e gastronómicas", devem ser objetivos para os próximos anos, de acordo com Margarida Almeida. "A indústria do turismo veio para ficar, e Portugal tem uma grande vantagem, que é a de concentrar tanta diversidade de oferta num país tão pequeno", sustenta.
"Mais do que focarmo-nos nos constrangimentos do aeroporto de Lisboa, temos é de pensar em formas de os mitigar", defende a responsável da Amazing Evolution. "O potencial está todo cá e o desafio é não nos acomodarmos. Se queremos continuar a este nível temos de fazer mais e melhor e nunca deixar que esta notoriedade do turismo em Portugal seja mais do que uma moda".
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