Numa altura em que as vendas de carros topo de gama voltaram a disparar, fomos analisar a o parque automóvel português. Partindo da base de dados do registo automóvel, gerida pelo Instituto de Registos e Notariado, conseguimos saber quantos carros existem em Portugal, por concelho, e quais as suas marcas.
Cruzando esta informação com outras bases de dados, nomeadamente do poder de compra concelhio e o rendimento declarado para efeitos de IRS, ficamos com uma noção sobre os concelhos onde os carros luxo e premium são mais valorizados, e como isto destoa (ou não) do nível de vida em cada região.
Explore o mapa interativo (passando o rato por cima de cada concelho) para saber quantos carros existem na sua terra, quantos destes são luxo e premium e como é que o parque automóvel compara com o rendimento declarado.
Estas infografias apresentam os indicadores que foram analisados no trabalho publicado no passado sábado, e que pode ser acedido aqui.
Na edição do próximo fim-de-semana completaremos a análise.
NOTA METODOLÓGICA: COMO CHEGÁMOS A ESTES NÚMEROS
A informação sobre os carros por concelho foi-nos facultada pelo Ministério da Justiça (Instituto dos Registos e do Notariado).
A base de dados contém todos os automóveis ligeiros de passageiros inscritos no registo automóvel, por marcas, tipo de titular (pessoa singular ou coletiva) e ano de registo. Estes dados não discriminam as marcas por modelos, pelo que a opção foi fazer a classificação de luxo e premium por marcas. No luxo estão marcas como Maserati, Lamborghini, Bentley, Ferrari, Jaguar, Porsche e Aston Martin, entre outras.
No premium estão Audi, BMW, Mercedes, Land Rover, Lexus e Tesla. Esta metodologia deixa de fora da classificação premium os topos de gama de marcas tidas como mais correntes e considera todos os carros da BMW, Audi e Mercedes independentemente do modelo e do preço.
A informação foi cruzada com outros dados concelhios, como o rendimento bruto declarado, por concelho, para efeitos de IRS e o IRS por concelho (facultados pela Autoridade Tributária e referentes a 2017, o último ano para o qual há dados), bem como com um indicador de poder de compra que analisa a riqueza criada face à média nacional, também de 2017, e a população por concelho (também do INE).
Para despistar o efeito do envelhecimento do parque automóvel, repetimos os cálculos considerando apenas carros registados após 2007 (eliminando os carros com mais de 12 anos), mas, no geral, as conclusões globais não são muito distintas dos resultados quando analisado todo o parque automóvel.
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