Economia

Santander vê juros negativos aplicados a grandes empresas, mas não para já

Santander vê juros negativos aplicados a grandes empresas, mas não para já

O banco de capitais espanhóis aguarda autorização para cobrar comissão a institucionais

Santander vê juros negativos aplicados a grandes empresas, mas não para já

Isabel Vicente

Jornalista

Santander vê juros negativos aplicados a grandes empresas, mas não para já

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Cobrar juros pelos depósitos de grandes empresas, de clientes institucionais (como bancos e seguradoras) e às grandes fortunas? O Santander acredita que vai acontecer, mas também considera que não será no imediato. Acabará por acontecer porque os bancos portugueses ficarão isolados, de acordo com a explicação de Pedro Castro e Almeida, o presidente da instituição financeira em Portugal.

“Não vislumbro, no curto prazo, que se possam cobrar taxas de juros negativas a grandes empresas, institucionais e no ‘private banking’. A médio e longo prazo, ao ser o único país da Europa que não o vai fazer, vai ser difícil não acontecer”, começou por explicar o líder do Santander. “Mais cedo ou mais tarde, Portugal vai ter de seguir o caminho da Europa”.

Em Portugal, a legislação impede a cobrança de juros negativos nos depósitos, o que cria problemas para as instituições financeiras, que não conseguem receber dos créditos com juros negativos e que não podem cobrar nos depósitos.

As taxas de juro interbancárias (Euribor) estão negativas (e aí deverão continuar até 2024) e isso significa um problema de rentabilidade para os bancos. E, se os bancos na Europa podem cobrar juros negativos nos depósitos de institucionais, em Portugal não.

Para já, nada, mas, no futuro, talvez. “No futuro, provavelmente o Governo e o Banco de Portugal vão ter de olhar para o problema”, aventou.

De qualquer forma, para já, o Santander ainda não está a ser inundado de dinheiro de clientes de outros países onde são cobrados os juros negativos, já que em Portugal há essa impossibilidade. “Não é dramático”, diz o CEO. Mas, a prazo, pode mudar: “Acho que podemos ter esse risco”.

À espera de ok para cobrar comissões

Para já, os bancos estão a cobrar comissões aos saldos de grandes clientes, como institucionais, como forma de compensarem as taxas de juro negativas a nível europeu.

O Santander Totta também quer cobrar e, apesar de ter a garantia jurídica de que pode avançar para essa comissão, está à espera de luz verde do Banco de Portugal. “Aguardamos pela devida autorização também para o fazer”, disse.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

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