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Economia

Banco de Portugal avalia comissões para grandes contas

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
José Carlos Carvalho

Os bancos querem juros negativos nos depósitos de grandes clientes. O Banco de Portugal diz que não. As comissões são alternativas. Há conversas nesse sentido

Banco de Portugal avalia comissões para grandes contas

Isabel Vicente

Jornalista

Os bancos têm lançado a escada ao Banco de Portugal com o objetivo de cobrar juros nos depósitos de grandes empresas e entidades institucionais para compensar as perdas que têm nos seus depósitos junto do Banco Central Europeu (BCE). Voltaram a fazê-lo esta semana, invocando que os bancos europeus já cobram taxas negativas a estes clientes e que, assim, estão em desvantagem face aos concorrentes. Mas, para já, o Banco de Portugal afasta liminarmente este cenário que é, aliás, proibido à luz da atual legislação. Em cima da mesa está, por isso, uma outra via. A Associação Portuguesa de Bancos (APB) tem tido conversações com os supervisores para encontrar uma solução através da qual os bancos possam passar aplicar comissões bancárias consoante a dimensão dos grandes clientes não financeiros, multinacionais e grandes empresas. Ou seja, criar um tipo de comissionamento diferentes para grandes clientes que, na prática, seria uma espécie de taxa de juro negativa.

Sobre este assunto, cuja discussão em Espanha já está na órbita dos clientes particulares mais endinheirados (acima de um milhão de euros), o presidente da APB, Faria de Oliveira, afirmou ao Expresso que, “face à relevância do tema e às suas implicações sobre a rentabilidade do sector e, em última instância, sobre a estabilidade financeira, associados e a própria APB manifestaram, junto dos reguladores, a necessidade de, embora não pondo em causa o tratamento atual dado aos depósitos de particulares e de PME, repor, de alguma forma, o level playing field, podendo repercutir nos clientes institucionais, grandes empresas e instituições financeiras o custo derivado das taxas de juro negativas que os bancos pagam nos seus depósitos junto do BCE.”

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