Economia

Banca espanhola já equaciona cobrar juros nos depósitos de particulares abastados

Os bancos espanhóis já estão a aplicar taxas de juros negativas a empresas e institucionais mas querem replicar juros nos depósitos de particulares acima de um milhão. Assunto está em cima da mesa

Em Espanha os bancos já estão a discutir a repercussão da taxa de juro que o BCE lhes cobra pelos depósitos (0,5%) nos depósitos de particulares acima de um determinado montante. A grande questão é a que clientes se deve passar a cobrar juro e quando, segundo refere o El Mundo nesta quinta feira.

O prolongamentos das taxas de juros negativas por parte de Frankfurt pelo menos até 2024 foi o ponta pé de saída para o tema abordado numa uma conferência sobre união bancária realizada na sede do Banco da Espanha, em Madrid.

O presidente da Federação Bancária Europeia, Jean Pierre Mustier, também CEO da Unicredit, deu uma pista do que o Unicredit poderá fazer: falar com os clientes que tenham mais de um milhão de euros explicando a situação e deixando de fora os mais vulneráveis. Referiu ainda, segundo o El Mundo, que neste patamar se encontram cerca de de 0,1% dos depositantes da instituição. O mesmo responsável afirmou mesmo que apesar de esta ser uma decisão de cada banco "todos os bancos acabarão por fazer o mesmo". Ou seja transferir os custos.

A maioria dos bancos já aplica juros pelos depósitos de empresas e institucionais, mas nos próximos meses a discussão será outra. Chegou a vez dos particulares mais abastados.

Segundo uma fonte da banca citada pelo El Mundo, a decisão de começar a cobrara já está a ser analisada nos respectivos comités dos bancos e "mais cedo ou mais tarde" irá avante. Referindo também que um dos receios dos grupos possa passar por uma saída de depósitos por causa da cobrança de juros.

O presidente da Autoridade Bancária Europeia (ABE), José Manuel Campa, o presidente do Conselho de Supervisão do BCE, Andrea Enria, e a vice-governadora do Banco da Espanha, Margarita Delgado, estiveram presentes no fórum. Nesta conferência participaram também os presidentes de bancos como o Sabadell, Bankia, Caixa Bank, entre outros.

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