Economia

António Godinho. Saída de Tomás Correia “apenas peca por tardia”

António Godinho. Saída de Tomás Correia “apenas peca por tardia”

Ex-adversário de Tomás Correia, que concorreu encabeçando a lista C nas eleições de dezembro do ano passado, acrescentou que “impõe-se agora a rápida realização de eleições para os órgãos sociais da Asssociação Mutualista Montepio Geral”

Um dos opositores a Tomás Correia nas últimas eleições da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), António Godinho, disse esta sexta-feira à Lusa que a saída do gestor "apenas peca por tardia". "A hoje anunciada demissão de Tomás Correia, pela qual sempre lutámos em defesa dos interesses dos associados e do sistema financeiro e do país, apenas peca por tardia", pode ler-se numa declaração escrita enviada à Lusa.

O ex-adversário de Tomás Correia, que concorreu encabeçando a lista C nas eleições de dezembro do ano passado, acrescentou que "impõe-se agora a rápida realização de eleições para os órgãos sociais da Asssociação Mutualista Montepio Geral". Para António Godinho, o sufrágio é a "única forma de legitimar os dirigentes do Montepio e de permitir que a instituição possa ser reformada, como urge".

Em 8 de dezembro, António Tomás Correia venceu as eleições da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), à frente da lista A, com 43,2% dos votos, disse à agência Lusa fonte ligada à lista, ficando a lista C, de António Godinho, em segundo lugar, com 36,3% dos votos, e a lista B, de Ribeiro Mendes, em terceiro com 20,5%.

Hoje foi conhecido que António Tomás Correia vai abandonar a presidência da AMMG no dia 15 de dezembro, disse à Lusa fonte oficial da instituição. "Terminou a reunião. Foi aceite o pedido de escusa", afirmou a mesma fonte, assinalando que os membros do Conselho Geral não se opuseram ao pedido de Tomás Correia no sentido de abandonar a presidência da AMMG, feito hoje durante a reunião do Conselho Geral da instituição, em Lisboa.

A mesma fonte confirmou também que Tomás Correia abandonará o cargo em 15 de dezembro, "depois da festa de Natal" da associação. A fonte indicou ainda que a sucessão ocorrerá conforme os Estatutos da associação.

O artigo 32.º dos atuais estatutos indica que "em caso de vacatura da presidência, os vogais elegem entre si um substituto até ao preenchimento da vaga". Os atuais vogais do Conselho de Administração da AMMG são Carlos Morais Beato, Virgílio Lima, Idália Serrão e Luís Almeida.

Face a notícias que deram conta da possível saída de Tomás Correia no Conselho Geral de hoje, o próprio garantiu aos jornalistas que não sairia da associação nessa data. "Não estou a ser afastado. E não me condicionam com essa conversa. Dia 24 não saio de certeza absoluta. Podem ficar tranquilos", disse o líder da Mutualista Montepio aos jornalistas na semana passada.

Os jornais "Público", "Expresso" e "Económico" noticiaram que a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) se prepara para chumbar os requisitos de idoneidade que permitiriam que Tomás Correia se mantivesse à frente da associação.

O nome de Tomás Correia tem estado também envolvido em polémica devido às multas aplicadas pelo Banco de Portugal (BdP), a si e a outros ex-administradores do Montepio, no valor de 4,9 milhões de euros, que o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão entretanto anulou, por considerar que foi violado o direito à defesa na fase administrativa. O BdP recorreu.

A reunião do Conselho Geral da Associação Mutualista de hoje teve início pelas 15h00 e poderá ser a última antes da mudança dos estatutos da associação, de forma a entrar em conformidade com o nova Código das Associações Mutualistas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate