Economia

Prejuízos da TAP sobem para €119,7 milhões - os piores desde a privatização

Ministro da Economia admitiu que em matéria de lotação dos aviões Portugal adotará aos orientações de Bruxelas
Ministro da Economia admitiu que em matéria de lotação dos aviões Portugal adotará aos orientações de Bruxelas
Horacio Villalobos/Getty Images

A companhia aérea agravou os prejuízos nos primeiros seis meses do ano, relativamente a 2018. Resultados voltam a decepcionar e já são os mais elevados desde a privatização

Em atualização

Prejuízos da TAP sobem para €119,7 milhões - os piores desde a privatização

Anabela Campos

Jornalista

A TAP, companhia aérea portuguesa, viu os seus prejuízos aumentarem no primeiro semestre deste ano para €119,7 milhões, uma subida face aos €90 milhões registados nos primeiros seis meses de 2018. São os piores resultados semestrais desde a privatização da transportadora. Em 2015, a TAP fechou o primeiro semestre com um prejuízo de €142,9 milhões.

A TAP tinha planeado anunciar os resultados do primeiro semestre de 2019 a 30 de setembro, mas decidiu antecipar a sua divulgação depois de ter sido confrontada pelo Expresso com a informação de que os resultados tinham piorado este ano, e superado os €100 milhões.

"O resultado líquido do Grupo TAP no primeiro semestre de 2019 foi de €119,7 milhões", anunciou a TAP, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa justifica o agravamento dos resultados com o Brasil e o aumento dos custos salariais.

O resultado líquido, diz a TAP em comunicado, foi penalizado "principalmente pela quebra de receitas de passagens do Brasil", no montante de €43,1 milhões e "pelo aumento dos custos com pessoal", com um impacto negativo de €35,3 milhões (+10,6% face ao período homólogo). A subida dos custos com pessoal resulta das "novas contratações e das revisões salariais negociadas em 2018".

A companhia diz que o grande impacto negativo nas contas sentiu-se sobretudo no primeiro trimestre, tendo-se notado depois uma melhoria dos resultados. "Note-se que o resultado líquido do primeiro trimestre de 2019 foi de - €110,7 milhões, tendo melhorado para -€9 milhões no segundo trimestre verificando-se a tendência de recuperação", lê-se na nota publicada na CMVM. E salienta a recuperação da ME Brasil.

"O primeiro semestre de 2019 foi marcado por um período globalmente negativo para a aviação comercial na Europa, tendo os resultados da TAP nesse período acompanhado a tendência de decréscimo verificada nas demais companhias aéreas europeias de bandeira", justifca a companhia, detida em 50% pelo Estado e 45% pela Atlantic Gateway, empresa controlada por David Neeleman e Humberto Pedrosa, e responsável pela gestão da empresa.

A TAP sublinha que apesar do contexto, a "atingiu um novo recorde no número de passageiros, tendo transportado 7,9 milhões de clientes nos primeiros seis meses, um crescimento de 4,8% face ao período homólogo". Lembra ainda que investiu "na expansão e renovação da frota prosseguiu com a entrada de 15 aeronaves de última geração (NEO) e a saída de cinco aeronaves antigas. Com isso, a frota da TAP totalizou 106 aviões no fim do semestre". As novas aeronaves, salienta a companhia, possibilitaram à TAP "expandir-se para oito novos mercados durante o primeiro semestre, com destaque para o início das operações no Médio Oriente (rota de Telavive) e o reforço do investimento nos EUA".

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