Hipermercados Jumbo passam a chamar-se Auchan
A mudança já era visível nos últimos dias mas só esta quinta-feira passa a ser oficial: o elefante - símbolo do Jumbo - abandona definitivamente as lojas do grupo Auchan
A mudança já era visível nos últimos dias mas só esta quinta-feira passa a ser oficial: o elefante - símbolo do Jumbo - abandona definitivamente as lojas do grupo Auchan
Editor-adjunto de Economia
A marca Jumbo desapareceu esta quinta-feira oficialmente dos hipermercados da Auchan. A mudança já era visível nos últimos dias nas fachadas das lojas, com a colocação do logótipo da Auchan. Agora, o grupo francês passa a ter uma marca única para todas as suas lojas, depois de ter também retirado a marca Pão d’Açúcar.
“Mudar a marca foi um processo fácil e consciente”, explica Pedro Cid, diretor geral do grupo Auchan Retail Portugal. A justificação apontada prende-se com a presença da marca Auchan noutros países onde o grupo está presente, embora nem todos operem com esta marca – em Espanha, por exemplo, a imagem do pássaro e as letras são iguais à Auchan mas ali a marca é Alcampo, uma tradução para o espanhol.
“Tínhamos de ter uma única marca em Portugal, mas não era obrigatório que fosse Auchan, nós é que decidimos que seria essa a escolha”, explica Pedro Cid. Esta mudança de marca está incluída no pacote de investimentos que o grupo anunciou no ano passado, de 90 milhões de euros, que passa por abertura de novas lojas e reformulação de outras.
O grupo deverá inaugurar nos próximos meses o primeiro hiper de raiz com o nome Auchan, em Paço d’ Arcos, na região de Lisboa, para onde irá também a sede do grupo em Portugal. Uma das lojas que vai estar em remodelação é a de Cascais, onde será construído um hipermercado de raiz ao lado do que já lá está há mais de 40 anos. Está numa área que vai ser requalificada com um projeto imobiliário, e que deverá estar concluído daqui a três anos. Nesta loja de Cascais serão investidos entre 18 a 19 milhões.
O grupo tem apostado essencialmente no conceito de lojas de proximidade MyAuchan, na zona de Lisboa. Conta com 29 neste momento e será na Grande Lisboa que continuarão as aberturas, até chegarem a entre 80 a 90 lojas. “Enquanto não tivermos a cidade de Lisboa completa não avançaremos para outras regiões do país”, afirma Pedro Cid. O Porto será o próximo alvo, mas a entrada nesta cidade não deverá acontecer antes de 2020 ou 2021.
Sobre a contínua abertura de lojas da grande distribuição – nomeadamente com a entrada do grupo espanhol Mercadona em Portugal – Pedro Cid reconhece que o mercado português da distribuição é “extremamente concorrencial” e está “cada vez mais agressivo”. “É um contrassenso com o que se passa na Europa”, acrescenta. Mas esclarece que o plano de expansão do grupo Auchan não sofreu alterações com a entrada da Mercadona em Portugal.
A Auchan está em 12 países, é o 11º grupo alimentar no mundo e o 35º empregador mundial. Em Portugal tem mais de 80 lojas físicas e emprega 8700 colaboradores.
“A marca Auchan assume-se enquanto uma marca militante, defendendo o bom, o são e local”, refere, por outro lado, o grupo em comunicado. Que acrescenta que tem como política a “escolha prioritária da produção nacional, pelo que 88% das compras de produtos são, neste momento, com produtores nacionais”. Além de que “trabalhamos com mais de 160 produtores locais”, ou seja, produtores com sede na zona de influência da loja (50 km), cujos produtos são produzidos na zona, com identidade local ou receita local.
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