A aplicação de comissões a contas depósito de empresas por causa dos juros negativos já é uma realidade consentida
O BCP, o BPI e o Novo Banco já estão a transferir o custo das taxas de juro negativas do Banco Central Europeu (BCE) para empresas financeiras e institucionais. Foi a forma encontrada para contornarem a proibição de cobrarem taxas de juros negativas nos depósitos em Portugal. O que suscitou agora a aplicação de comissões? A manutenção, ou mesmo o agravamento, das taxas de juro negativas que o BCE lhes cobra, é uma das razões. A concorrência entre os bancos europeus, outra. Na Europa há bancos que podem aplicar taxas negativas, mas em Portugal isso é proibido pelo Banco de Portugal (BdP). O impacto desta situação é a base das reuniões que têm existido entre a Associação Portuguesa de Bancos (APB) e o BdP.
Ao Expresso, a APB esclarece que, “no atual contexto, em que os bancos nacionais se veem confrontados com um excesso de liquidez, a taxa de juro negativa que é aplicada nos depósitos junto do BCE — o destino de uma parte desse excesso de liquidez — traduz-se num custo crescentemente relevante para os bancos, que não é suscetível de ser refletido nos clientes”. Um facto que “coloca os bancos portugueses numa situação de desvantagem competitiva face aos seus pares europeus que não se encontram sujeitos a restrições equivalentes”. Uma situação que acontece na vizinha Espanha, onde os bancos já estão há vários meses a cobrar em média 0,15% a grandes empresas, sem contar com as comissões. É por isso que “os bancos têm vindo a referir publicamente a necessidade de repercutir este custo, não estando, no entanto, em causa os clientes de retalho”, adverte a APB.
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