Apesar da taxa de inflação estar extremamente baixa, a rondar os 0,5%, o ministro das Finanças não mostra ter abertura para ir mais além em aumentos salariais para Administração Pública em 2020
Expresso
Um próximo Governo do PS terá margem, em 2020, para atualizações nos salários da Administração Pública? Sim, mas, no máximo, ao nível da taxa de inflação, diz Mário Centeno, ministro das Finanças, em entrevista ao “Jornal de Negócios” esta quinta-feira.
“Tivemos dois meses consecutivos de taxa de inflação negativa. Esse é um bom indicador para 2020 e acho que na projeção da legislatura, reiniciando esse processo, há condições para aumentos gerais ao nível da inflação”, afirma.
Apesar da taxa de inflação estar extremamente baixa, a rondar os 0,5%, o ministro das Finanças não mostrou ter abertura para ir mais além. “Se continuarmos a descer impostos e esses impostos tiverem como consequência baixar os preços, o benefício já foi dado através da redução dos impostos”, diz.
Questionado sobre como explica a um trabalhador do setor privado a redução de 40 para 35 horas na Função Pública, Centeno aponta culpas ao anterior Executivo, mas sem o nomear.
“A Administração Pública trabalhou durante décadas com 35 horas. Era algo que estava estabelecido. Portanto, temos de fazer essa pergunta lá atrás no tempo e não hoje. Acho que o aumento para as 40 horas, quando foi implementado, foi um desastre. Não há uma única página escrita nos arquivos deste ministério sobre essa medida”, atira.
Ainda na mesma entrevista , Mário Centeno mostrou, pela primeira vez, disponibilidade para se manter nas Finanças depois das eleições legislativas. “Assumi um compromisso, esse compromisso foi até ao fim desta legislatura. Sou presidente do Eurogrupo, tenho como objetivo terminar o mandato… se o resultado das eleições assim o permitir”, diz.
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