A China abrandou esta segunda-feira a desvalorização do yuan (a moeda chinesa) na fixação do câmbio oficial, mas no mercado o dólar já subiu para 7,15 yuans durante a sessão.
O Banco Popular da China, o banco central, fixou esta segunda-feira o ponto médio do câmbio oficial da moeda chinesa face ao dólar em 7,057 yuans, ligeiramente abaixo do pico de 7,0572 de sexta-feira passada, o dia da nova escalada na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. A autoridade monetária interrompeu a depreciação oficial do yuan que se tinha registado nas últimas seis sessões.
O banco central fixou um câmbio oficial acima de 7 yuans por dólar pela primeira vez em onze anos a 8 de agosto, na reação à escalada na guerra comercial decretada por Donald Trump então ocorrida no início de agosto. Desde essa altura, o câmbio oficial não regressou abaixo daquele limiar. Desde o final de julho, quando o câmbio oficial tinha sido fixado em 6,884 yuans por dólar, a moeda norte-americana já se valorizou 2,5%. O câmbio oficial fixado diariamente pelo banco central permite uma flutuação de 2% nos dois sentidos.
Em relação ao euro, o câmbio oficial está em 7,8627 yuans, representando uma apreciação da moeda única europeia na ordem de 2,4% desde o final de julho, ligeiramente inferior à registada no caso do dólar.
Dólar já se valorizou 3,9% desde final de julho
No mercado, o dólar continuou a valorizar-se esta segunda-feira face ao yuan. Depois de ter fechado em 7,087 yuans na sexta-feira, o dólar já negociou na sessão desta segunda-feira acima de 7.15 yuans. Atualmente, situa-se em 7,147. Desde o final de julho, quando se situava em 6,88 yuans, abaixo do limiar psicológico dos 7, o dólar já se apreciou 3,9%.
As autoridades em Pequim negam que estejam a usar a moeda como arma competitiva no comércio internacional, iniciando uma guerra de divisas contra a escalada nas taxas aduaneiras por parte de Washington. Alegam que a depreciação do yuan e a valorização do dólar é fruto das pressões do mercado.
A depreciação do yuan e a correspondente valorização do dólar e do euro significam que as exportações dos EUA e da Zona Euro para a China ficam mais caras (o importador chinês tem de despender mais yuans para comprar o mesmo produto), e que as importações provenientes da China se embaratecem (o importador europeu ou norte-americano gasta menos euros ou dólares no mesmo produto).
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