O Banco de Portugal comunicou no passado fim-de-semana a revogação da autorização à Orey Financial enquanto instituição financeira de crédito enviando para o Banco Central Europeu o pedido já feito pela empresa financeira do Grupo Orey. Em causa estava a "descontinuação da atividade financeira no seguimento da decisão estratégica de 10 de agosto de 2018", divulgada a 11 de julho de 2019 quando apresentou contas anuais. Também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) dá indicações aos investidores do que devem e podem fazer para transferir, encerrar ou vender as posições que tenham na Orey Financial.
Esta decisão não colide com o direito dos clientes receberem eventuais rendimentos associados ao seu investimento.
Na sequência da revogação a empresa liderada por Duarte d`Orey, deixa de poder "assumir novas responsabilidades perante terceiros e a realizar pagamentos (excepto despesas correntes) , salvo a autorização do Banco de Portugal", protegendo desta forma os direitos dos seus clientes e credores.
A CMVM tem no seu sitio da internet um conjunto de perguntas e respostas que servem para informar os clientes do que devem fazer.
Segundo o comunicado divulgado dia 10 de agosto, sábado, pelo supervisor da banca "no contexto global das decisões adoptadas relativamente à Orey IFIC, o Banco de Portugal (BdP) teve em devida conta o facto de esta instituição não captar depósitos e não ter uma presença significativa no mercado".
Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) explica que os clientes que tenham ativos sob gestão devem transferi-los para outra instituição, vender as suas posições ou encerrá-las. Não podem, por isso, dar ordens para comprar novos instrumentos financeiros, já que a empresa está impedida de o fazer." A Orey Financial fica apenas habilitada a prestar serviços indispensáveis à conclusão da descontinuidade da atividade, desde que com instruções expressas dos clientes: transferências para outros intermediários fionanceiros, vendas e encerramentos de posições", sublinha o regulador do mercado.
O grupo liderado por Duarte d´Orey antecipou-se aos supervisores e na sexta-feira ao final do dia dava conta da decisão de descontinuar a atividade financeira do grupo referindo que está, desde que decidiu retirar-se, "a concluir os trabalhos associados à transferência dos bens de clientes em salvaguarda".
No comunicado sublinha que requereu a 31 de maio de 2019 ao Banco de Portugal a renúncia à sua licença como instituição financeira de crédito e no dia 4 de junho pediu à CMVM o cancelamento do registo dos serviços para os quais tinha autorização, como seja a intermediação financeira.
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