Economia

Orey Financial deixa de operar como intermediário financeiro. Clientes devem fechar as suas posições e transferir os ativos

Banco de Portugal retirou licença à empresa financeira da Orey Antunes e CMVM restringiu atividade da Orey Financial em intermediação financeira. Clientes devem transferir ativos para outra instituição ou encerrar contas

Orey Financial deixa de operar como intermediário financeiro. Clientes devem fechar as suas posições e transferir os ativos

Isabel Vicente

Jornalista

O Banco de Portugal comunicou no passado fim-de-semana a revogação da autorização à Orey Financial enquanto instituição financeira de crédito enviando para o Banco Central Europeu o pedido já feito pela empresa financeira do Grupo Orey. Em causa estava a "descontinuação da atividade financeira no seguimento da decisão estratégica de 10 de agosto de 2018", divulgada a 11 de julho de 2019 quando apresentou contas anuais. Também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) dá indicações aos investidores do que devem e podem fazer para transferir, encerrar ou vender as posições que tenham na Orey Financial.

Esta decisão não colide com o direito dos clientes receberem eventuais rendimentos associados ao seu investimento.

Na sequência da revogação a empresa liderada por Duarte d`Orey, deixa de poder "assumir novas responsabilidades perante terceiros e a realizar pagamentos (excepto despesas correntes) , salvo a autorização do Banco de Portugal", protegendo desta forma os direitos dos seus clientes e credores.

A CMVM tem no seu sitio da internet um conjunto de perguntas e respostas que servem para informar os clientes do que devem fazer.

Segundo o comunicado divulgado dia 10 de agosto, sábado, pelo supervisor da banca "no contexto global das decisões adoptadas relativamente à Orey IFIC, o Banco de Portugal (BdP) teve em devida conta o facto de esta instituição não captar depósitos e não ter uma presença significativa no mercado".

Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) explica que os clientes que tenham ativos sob gestão devem transferi-los para outra instituição, vender as suas posições ou encerrá-las. Não podem, por isso, dar ordens para comprar novos instrumentos financeiros, já que a empresa está impedida de o fazer." A Orey Financial fica apenas habilitada a prestar serviços indispensáveis à conclusão da descontinuidade da atividade, desde que com instruções expressas dos clientes: transferências para outros intermediários fionanceiros, vendas e encerramentos de posições", sublinha o regulador do mercado.

O grupo liderado por Duarte d´Orey antecipou-se aos supervisores e na sexta-feira ao final do dia dava conta da decisão de descontinuar a atividade financeira do grupo referindo que está, desde que decidiu retirar-se, "a concluir os trabalhos associados à transferência dos bens de clientes em salvaguarda".

No comunicado sublinha que requereu a 31 de maio de 2019 ao Banco de Portugal a renúncia à sua licença como instituição financeira de crédito e no dia 4 de junho pediu à CMVM o cancelamento do registo dos serviços para os quais tinha autorização, como seja a intermediação financeira.

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