Economia

Moeda chinesa cai 0,2% face ao dólar. Pequim coloca câmbio oficial perto de 7 yuans

O Banco Popular da China decidiu esta quarta-feira colocar o câmbio oficial já muito perto da linha "psicológica" dos 7 yuans por dólar. Subiu a taxa oficial face ao dólar de 6,9683 para 6,9996 yuans. No mercado de divisas, o dólar valorizou 0,2% face à moeda chinesa. Bolsas asiáticas continuam no vermelho pela sexta sessão consecutiva

O Banco Popular da China (PBOC, no acrónimo em inglês) decidiu esta quarta-feira fixar o câmbio oficial face ao dólar já muito próximo da barreira "psicológica" dos 7 yuans. A nova taxa oficial é de 6,9996 yuans.

Este câmbio central é fixado diariamente pelo PBOC e permite uma flutuação de 2% nos dois sentidos. Segunda-feira estava em 6,9225 e terça subiu para 6,9683 yuans por dólar. Pequim alega que estes movimentos de depreciação do yuan são derivados das condições de mercado e não de uma "gestão" política da divisa em resposta à escalada da guerra comercial movida pela Administração Trump.

Esta quarta-feira, no mercado, o dólar valorizou-se 0,2% face ao yuan e o euro apreciou-se 0,1% em relação à moeda chinesa. O dólar valia 7,04 yuans, ainda assim abaixo do pico de 7,05 registado a 5 de agosto. O euro estava a valer 7,879 yuans, acima do anterior pico de 7,8705 na segunda-feira.

Os mercados asiáticos continuam a reagir negativamente à tensão entre Washington e Pequim, que sofreu uma escalada desde 1 de agosto, depois de Trump ter anunciado taxas de 10% a partir de 1 de setembro sobre o resto das importações vindas da China que ainda não tinham sido sujeitas a medidas protecionistas e da China ter deixado o câmbio face ao dólar superar a barreira dos 7 yuans no mercado, o que não acontecia há onze anos.

Analistas asiáticos, citados esta quarta-feira pela Reuters, continuam, no entanto, a considerar que as autoridades monetárias de Pequim estão a gerir o processo de depreciação de modo a evitar uma desvalorização abrupta do yuan que provoque fuga de capitais e uma desestabilização aguda dos mercados financeiros. Para acalmar os temores de uma depreciação sem controlo, o PBOC anunciou uma colocação em Hong Kong a 14 de agosto de bilhetes do Tesouro a 3 e 12 meses visando uma emissão de 30 mil milhões de yuan, o equivalente a 3,8 mil milhões de euros.

Esta quarta-feira, as praças asiáticas encerraram, de novo, no vermelho, ainda que com um recuo inferior ao do dia anterior. Apenas Hong Kong e Sidney fecharam em terreno positivo. O índice MSCI para a Ásia Pacífico encerou na terça-feira com uma perda de 0,8% e, com o fecho novamente negativo desta quarta-feira, está há seis sessões consecutivas em queda.

O PBOC atualizou esta quarta-feira o valor das reservas em divisas que desceu 15 mil milhões de dólares em relação a julho. O nível de reservas continua a ser o mais elevado do mundo, muito à frente do Japão. situando-se em 3104 mil milhões de dólares face a 3119 mil milhões no balanço publicado no mês anterior. Em julho havia subido 18 mil milhões face a maio. O valor atual das reservas está distante dos quase 4 biliões de dólares que atingiram no verão de 2014.

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