Economia

Relatório da CGD atira culpas especiais para Santos Ferreira e Vara

Relatório da CGD atira culpas especiais para Santos Ferreira e Vara
MÁRIO CRUZ/Lusa

“A CGD não foi gerida de forma sã e prudente, na concessão de vários dos créditos analisados.” A conclusão é de João Almeida no relatório preliminar do inquérito ao banco público

Relatório da CGD atira culpas especiais para Santos Ferreira e Vara

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O projeto de relatório da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos atira responsabilidades especiais para a administração liderada por Carlos Santos Ferreira. Armando Vara é também referido.

“A maioria das perdas teve origem nos anos do mandato da administração liderada por Santos Ferreira”, assume o documento preliminar, da autoria do deputado centrista João Almeida, que foi apresentado esta segunda-feira, 15 de Julho.

“O vice-presidente, Maldonado Gonelha, e os administradores Armando Vara e Francisco Bandeira tiveram, segundo os trabalhos da comissão, intervenção direta nos créditos mais problemáticos”, assinala o mesmo relatório.

Esta é uma das 27 conclusões da comissão parlamentar de inquérito, tiradas por João Almeida. Santos Ferreira foi líder entre 2005 e 2007, sendo que antes dele estiveram em funções António de Sousa, Mira Amaral e Vítor Martins, sendo sucedido por Fernando Faria de Oliveira e José de Matos.

“A CGD não foi gerida de forma sã e prudente, na concessão de vários dos créditos analisados”, conclui João Almeida.

Segundo as conclusões, as recomendações da direcção de gestão de risco “nem sempre foram acomodadas”. Só que as perdas materializaram-se. Havia “necessidade de maior consideração desses avisos”.

Mas, em termos de organização do banco público, há outras críticas. Os conselhos alargados de crédito, onde deviam ser discutidos os créditos, não funcionavam. “A presença de alguns administradores nos conselhos alargados de crédito destinava-se à mera constituição de quórum, no pressuposto da confiança, sem evidência de debate ou confronto de posições, o que frustrou os resultados de alterações introduzidas na governance da CGD”.

Governo e Banco de Portugal não escapam às críticas nas conclusões deixadas por João Almeida no documento com 381 páginas.

Até quarta-feira, os deputados poderão fazer propostas de alteração a este projeto, sendo que aí terá de ser votado. Na sexta-feira, há discussão em plenário.

Notícia atualizada às 11h25 com mais informações

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