Mercadona instala-se no meio da concorrência

Cadeias de distribuição concorrentes prepararam-se para a abertura da segunda loja do grupo espanhol, que esta terça-feira chega a Matosinhos
Cadeias de distribuição concorrentes prepararam-se para a abertura da segunda loja do grupo espanhol, que esta terça-feira chega a Matosinhos
Jornalista
Editor-adjunto de Economia
Em Matosinhos, onde a Mercadona abre esta terça-feira a sua segunda loja em Portugal, os principais grupos de distribuição saíram à rua com anúncios fixos e móveis e promoções para marcarem posição face ao novo concorrente, a exemplo do que já tinha acontecido na semana passada, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, na estreia do grupo espanhol no país.
À semelhança de Gaia, os líderes do sector do retalho alimentar em Espanha escolheram aqui uma zona central, com forte presença das outras insígnias - cinco supermercados num raio de um quilometro - para lutarem por uma fatia de mercado. E se os espanhóis fizeram o trabalho de casa, as outras cadeias estão atentas como provam as placas indicadoras de direção em frente à nova loja, anúncios em versão XXL colocados nas paredes laterais de prédios da zona, carrinhas e motos em movimento constante pelas ruas de Matosinhos Sul com cartazes das diferentes marcas ou até algumas campanhas promocionais.
Na Maia e Gondomar, as cidades escolhidas para as próximas inaurguações da Mercadona, a 16 e 30 de julho, o cenário é idêntico porque os espanhóis, com uma faturação de 24 mil milhões de euros, três vezes mais dos que os dois maiores operadores lusos (Sonae/Continente e Jerónimo Martins/Pingo Doce), já deram provas de que vieram para ficar: saltaram de 4 para 10 lojas em 2019 num investimento acumulado de 260 milhões de euros, anunciaram mais 10 lojas para 2020, entre Braga, Porto e Aveiro, e mais 150 nos próximos anos, de acordo com um plano de expansão que avança de norte para sul e contempla um centro logístico semelhante ao que abriu na Póvoa de Varzim na zona de Lisboa, a preparar o ataque à capital dentro de dois anos.
E os consumidores estão prontos a aproveitar da melhor forma esta batalha por uma fatia de quota do mercado nacional. "Dias de inauguração de supermercados são sempre bons para fazer compras, porque quem abre quer atrair clientes e sabe que o preço é decisivo, mas os concorrentes também sabem disso e costumam reagir com promoções”, como disse na terça-feira Arlindo Ferreira ao Expresso, para justificar a viagem de Ovar até Gaia, em dia de folga, para a abertura de portas da Mercadona em Portugal, há uma semana.
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