
São quatro cartas trocadas no verão de 2007. Correspondência saída de José Berardo para o Banco de Portugal e do Banco de Portugal para José Berardo. São missivas que mostram que a administração do supervisor, numa altura em que Vítor Constâncio era o governador, sabia que o projeto de reforço do empresário madeirense no Banco Comercial Português seria através de uma conta de 350 milhões de euros aberta junto da Caixa Geral de Depósitos.
Nestes documentos, com base nos quais o Público escreveu a notícia a dar conta de que Constâncio omitiu esta informação ao Parlamento e que o Expresso os revela, há um trajeto que mostra a origem de uma das operações mais ruinosas do banco público.
Primeiro, Berardo anuncia que pretende que a Fundação José Berardo aumente a sua posição no banco para uma participação entre 5% e 10%. O Banco de Portugal pede a descrição sobre o financiamento para essa operação. A Fundação responde: através da CGD. O supervisor informa que o seu conselho de administração decidiu "não se opor" à operação.
O tema já levou à convocatória, por parte dos partidos, para que Vítor Constâncio volte a explicar-se novamente na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, onde esteve em março e onde negou que tivesse conhecimento das intenções do empresário.
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