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Novo Monumental pronto em 2020

Novo Monumental  pronto em 2020
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Obras vão custar €30 milhões e as salas de cinema manter-se-ão ativas, assim como os 17 mil m2 de escritórios

Novo Monumental  pronto em 2020

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

Quando foi inaugurado, em 1951, o Cine-Teatro Monumental, marcou a arquitetura e o enquadramento urbanístico da Praça Duque de Saldanha, em Lisboa e, de certa forma passou a ser um dos ícones da capital.

Os seus promotores estavam, porém, certamente longe de imaginar que, quase seis décadas mais tarde, as duas salas de espetáculos originais, com mais de 1000 lugares cada, iriam dar lugar a 17 mil metros quadrados de escritórios, 6000 m2 de áreas comercias e... salas de cinema, embora mais pequenas, além de cinco pisos subterrâneos para estacionamento.

É este o novo bilhete de identidade do Monumental. Um certificado de (re)nascimento que vai custar €30 milhões, a juntar aos €60 milhões que os espanhóis da Merlin pagaram pelo edifício, em 2016, à norte-americana Lone Star.

15 meses de obras

Dentro de um mês o Monumental vai para obras e só voltará a abrir as suas portas ao público em setembro ou outubro de 2020.
João Cristina, diretor da Merlin em Portugal, explica que estratégia do grupo é tornar os chamados edifícios de classe B em localizações premium, em edifícios premium na localização de classe A. “É o caso deste.”

O que é que lhe falta para ser um edifício classe A? “Várias coisas, desde logo a circulação dentro do edifício não é a melhor não é eficiente, estes corredores não são os mais adequados. Achamos que o edifício precisa de respirar. Ser mais translúcido e mais eficiente do ponto de vista energético e é nisso que iremos apostar”, nota o gestor.

“Com muita pena nossa os inquilinos foram saindo. O que mais espaço ocupava (a KPMG) foi para o edifício ali ao lado”, sublinha João Cristina. Confirma que estão a perder clientes, praticamente desde o momento em que anunciaram que o edifício iria para obras.

O responsável da Merlin explica que a intervenção de fundo que irá ser feita no espaço de escritórios não é compatível com a permanência de qualquer ocupante durante as obras. Isso é impossível. “Até porque vamos tirar toda a fachada. Vamos limpar todo o espaço. Vamos deixar apenas o ‘esqueleto’ do edifício e vamos começar a trabalhar em cima disso”, reforça.

Atuais inquilinos não regressam

Ainda foi estudada pela Merlin a possibilidade de fazer intervenções faseadas e os inquilinos irem mudando para os pisos novos, mas rapidamente se conclui que não seria prático nem seguro e nem confortável para ninguém.

A desfavor da Merlin está ainda o facto de não haver a certeza de que alguns dos ocupantes do atual Monumental regressem após as obras.
A intervenção também desce até ao centro comercial, que agora ocupa o piso do rés-do-chão e o -1. Nesta parte a Merlin está a estudar a possibilidade de manter algumas lojas abertas durante as obras. “Não é ótimo mas, não havendo outra possibilidade... será assim”, nota João Cristina.

As volumetrias atuais irão manter-se, ou seja, apesar da profunda remodelação arquitetónica — a cargo do gabinete da Broadway Malyan — não se perde um único metro quadrado para os atuais usos do edifício.

“O que vamos fazer interiormente é que o corredor que hoje existe e que corta o espaço ao meio e dá acesso à parte de trás e à fachada principal será reformulado e tornar-se-á mais amplo e luminoso”, anuncia o gestor da Merlin.
Nos cinco pisos subterrâneos para estacionamento serão criadas zonas para bicicletas e para carros elétricos, que atualmente não existem.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt

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