Economia

Quem quiser dividendo de 0,2 cêntimos do BCP precisa de ter ações dia 6 de junho

Quem quiser dividendo de 0,2 cêntimos do BCP precisa de ter ações dia 6 de junho
tiago miranda

O BCP paga dividendos dia 11. Assim, a partir de dia 7 as ações deixam de dar direito a essa remuneração, anunciou o banco, que teve também já autorização para crescer na Polónia

Quem quiser dividendo de 0,2 cêntimos do BCP precisa de ter ações dia 6 de junho

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Os investidores que queiram ter acesso ao dividendo bruto de 0,2 cêntimos por ação do BCP precisam de ter estes títulos em carteira no dia 6 de Junho. No dia seguinte, deixam de dar direito àquela remuneração acionista.

“O Banco Comercial Português, S.A. informa que as ações representativas do seu capital social serão transacionadas em mercado regulamentado sem conferirem direito a dividendos a partir do dia 7de Junho de 2019 (inclusive)”, indica o comunicado emitido pelo banco liderado por Miguel Maya à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os dividendos serão pagos aos accionistas a partir de dia 11 – é por isso que dias antes deixam de dar direito a essa remuneração.

O BCP paga 0,002 euros, ou 0,2 cêntimos, por ação. O banco dedicou, este ano, um total de 30,2 milhões de euros para distribuir pelos seus acionistas – sendo que para isso teve de utilizar uma reserva constituída há anos e intacta desde 2011, no montante de 30 milhões.

Em termos líquidos, alvo de tributação em sede de IRS (28%), o dividendo é de 0,00144 euros, sendo que, em sede de IRC (25%), é de 0,0015 euros.

Este é o primeiro pagamento de dividendos pelo BCP desde 2010. O mesmo aconteceu com a Caixa Geral de Depósitos, que deu 200 milhões ao accionista Estado, e com o BPI, que deliberou entregar 140 milhões ao CaixaBank.

Certo é que só através do BCP este dividendo poderá chegar a pequenos investidores. O BCP é o único banco cotado na Bolsa de Lisboa neste momento, depois das saídas do BES (em 2014), do Banif (em 2015), do Montepio (2017) e do BPI (em 2018).

As ações do BCP negociaram hoje nos 0,2572 euros, uma subida de 0,16% em relação ao fecho de segunda-feira, num dia em que o índice de referência, o PSI-20, cedeu 0,67%.

15 milhões para perto de 160 mil accionistas

Segundo a proposta aprovada pela assembleia-geral do BCP de 22 de maio, a Fosun, com 27,25% do capital (reforçou ligeiramente a sua presença na segunda metade de 2018), arrecada 8,2 milhões de euros com estes dividendos. É a primeira vez que o grupo chinês recebe dividendos do banco, para onde entrou em 2016.

Já a petrolífera angolana Sonangol, com 19,49%, tem direito a auferir 5,9 milhões de euros. A empresa está no capital do banco desde 2008, sendo que, entre 2011 e 2018, nada recebeu, já que o banco não pagou dividendos.

Uma soma de 1 milhão de euros segue para os Estados Unidos, já que é a parcela correspondente à posição de 3,39% atribuída à gestora de ativos BlackRock. Para o Grupo EDP, com presença através do seu fundo de pensões, vai uma quantia de 631 mil euros.

Mais de 15 milhões segue para os restantes investidores, com participações mais reduzidas, abaixo de 2%.

Ao todo, o BCP tinha 160 mil acionistas no fim de 2018.

Crescimento na Polónia autorizado

No mesmo dia em que anunciou à CMVM a data do pagamento de dividendos, o banco presidido por Miguel Maya informou que teve autorização para crescer na Polónia.

“O Banco Comercial Português, S.A. informa que o Bank Millennium S.A., uma subsidiária por si detida a 50,1%, anunciou hoje ter sido informado da não-objeção da Autoridade de Supervisão Financeira da Polónia à sua aquisição do Euro Bank S.A.”, indica o documento.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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