Economia

“Transformar as cidades portuguesas de hoje, em comunidades superinteligentes de amanhã”

João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações
João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações
O terceiro artigo de opinião e mini-entrevistas, que publicaremos até ao arranque do “Portugal Smart Cities Summit 2019” - evento com 11 conferências divididas por três dias (21 a 23 de maio) - é de João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações, que nos explica quais as tendências e como estão a evoluir as comunidades inteligentes no país. Acompanhe o debate aqui no Expresso, parceiro do evento

João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações

Como é que as cidades inteligentes estão a evoluir? Quais são as grandes tendências?

Nas últimas décadas, o mundo tem vindo a assistir a um desenvolvimento tecnológico com profundas transformações nas cidades. A arquitetura de uma Smart City suporta a recolha e processamento de informação, tornando-a acionável, o que permite disponibilizar dados de forma aberta e transversal ao ecossistema para o desenvolvimento de novos serviços e aplicações, geradores de benefícios. As cidades analíticas são uma aposta prioritária para nós.

Através de uma estratégia de aproximação e cooperação com os municípios, e em conjunto com os nossos parceiros, temos vindo a construir, ao longo dos últimos anos, um portefólio de soluções tecnológicas que endereçam diferentes desafios e prioridades. O compromisso de partilha de informação e de conhecimento, bem como a implementação de iniciativas conjuntas, tem permitido otimizar a qualidade de vida dos cidadãos que nela residem ou trabalham. Atualmente, já estão implementadas soluções que envolvem desde a eficiência energética de edifícios, iluminação inteligente, telegestão de redes de abastecimento de água, passando pela rega inteligente em parques e jardins, gestão de resíduos, parqueamento inteligente, até à gestão de frotas, reporte e gestão de ocorrências, com outras em fase de implementação.

Através destas iniciativas, a NOS pretende dar continuidade à sua missão de expansão da rede de Smart Cities em todo o país, com o objetivo de alavancar a inovação tecnológica dos serviços municipais. Este trabalho está a ser feito nas áreas da mobilidade, colaboração, eficiência energética e processos, tornando a cidade mais eficiente, próxima dos cidadãos e das suas necessidades e ao, mesmo tempo, contribuindo para um projeto consolidado de desenvolvimento local.

As potencialidades da nova geração de comunicações móveis (5G) vão também permitir aprofundar e introduzir novas soluções no paradigma das Smart Cities bem como contribuir para uma crescente melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Está a ser feito o suficiente em Portugal para tornar as comunidades mais sustentáveis?

As cidades de todo o mundo enfrentam hoje enormes desafios transformacionais ao nível ambiental, social e económico, que obrigam à crescente procura de soluções inovadoras. As cidades portuguesas não são exceção. Adicionalmente, a estratégia europeia tem pautado, nas últimas décadas, a sua agenda com políticas e acordos entre os estados-membros com destaque para assinatura em 2015 do acordo de Paris, que representa uma referência no combate às alterações climáticas. Neste sentido, estamos a trabalhar para transformar as cidades portuguesas de hoje, em comunidades superinteligentes de amanhã.

Acreditamos que a tecnologia é e será cada vez mais importante na gestão do território e das cidades e o 5G em particular será um forte enabler na resposta aos desafios que hoje se colam as sociedades. Desta forma, as cidades deverão beneficiar da evolução e investimento tecnológico, com os cidadãos a recolherem os frutos desse investimento. Todas as parcerias que temos feito – Oeiras, Lagoa, Moita, Famalicão – visam deixar estes municípios já preparados para as potencialidades do 5G. A próxima geração móvel vai, assim, permitir mais eficácia e eficiência, por via de maior capacidade e menor latência, tornando as cidades portuguesas mais seguras, eficientes, sustentáveis, competitivas e próximas das pessoas, potenciando a qualidade de vida dos cidadãos.

Qual é a importância que um evento como o Portugal Smart Cities tem?

O Portugal Smart Cities Summit é uma referência no roadmap das cidades inteligentes internacionais, afirmando-se como um espaço de inovação, cooperação, partilha e reflexão sobre o futuro da organização das nossas cidades. No ano 2018 contou com mais de 7 mil visitantes, incluindo autarquias, entidades públicas e particulares nacionais e internacionais, universidades, empresas e startups tecnológicas ligadas aos clusters da Mobilidade Inteligente, Energias, IoT, Água e Ambiente, Resíduos, Inteligência Artificial, Cibersegurança e Big Data.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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