Economia

Sonae começa 2019 com subidas nos lucros, nas vendas e no investimento

Claudia Azevedo, presidente da Sonae
Claudia Azevedo, presidente da Sonae
Rui Duarte Silva

Foi “um bom início de ano”, diz Cláudia Azevedo na sua primeira mensagem como CEO

“A Sonae teve um bom início de ano, apesar do efeito de calendário adverso de uma Páscoa tardia”, diz Cláudia Azevedo na sua primeira mensagem como presidente executiva do grupo para apresentar as contas do primeiro trimestre de 2019, sob o signo do crescimento.

O volume de negócios aumentou 8,9%, para os 1,461 mil milhões de euros, com o resultado líquido atribuível aos acionistas a crescer 6,5%, para os 18,3 milhões de euros. A rentabilidade melhorou, com o EBITDA subjacente (105 milhões de euros) e o EBITDA (136 milhões) a crescerem 15,6% e 33,4%, respetivamente, refere o comunicado da Sonae SGPS enviado à CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Ao mesmo tempo, o investimento do grupo atingiu os 116 milhões de euros (+64%), puxado pela expansão orgânica, mas também por aquisições como a participação de 64% na rede de parafarmácias e cosmética espanhola Arenal, que Cláudia Azevedo acredita “poder reforçar significativamente a posição da Sonae MC no segmento de Health & Wellness”, apontado como “uma das avenidas de crescimento do grupo”. E isto, com uma redução de 99 milhões de euros da dívida num base comparável para fechar março nos 1,7 mil milhões de euros, um valor que já reflete este negócio e o impacto da aquisição de uma participação adicional de 20% na Sonae Sierra.

Cláudia Azevedo, que assumiu o comando da Sonae SGPS a 30 de abril, mas já acompanhava de perto todos os dossiers do grupo liderado pelo irmão Paulo e pelo seu co-CEO Ângelo Paupério, destaca, também, que a estrutura de capitais “permanece robusta”, apesar dos investimentos realizados e o nível de alavancagem “continuou a diminuir em termos homólogos, tendo reduzido agora para os 0,5x”.

Sem esquecer uma nota de agradecimento a Paulo Azevedo e a Ângelo Paupério “pelo seu apoio na fase de transição e por poder continuar a beneficiar de toda a sua sabedoria como Presidente e Membro não Executivo do Conselho de Administração”, Cláudia Azevedo aproveita esta mensagem para reafirmar o compromisso de toda a equipa na “construção de uma long-living company”.

Universo com 775 mil utilizadores

Por negócios, a Sonae MC cresceu 7,4%, somando vendas de 1,048 mil milhões de euros. É uma evolução que combina a subida de 1,1% das vendas numa base comparável, a expansão da rede de lojas de retalho alimentar, com 14 inaugurações nos primeiros três meses do ano, incluindo 3 Continente Bom Dia e 1 Continente Modelo, e o impacto da conclusão da aquisição da Arenal.

A Worten faturou 237 milhões de euros, contra 242 milhões em período homólogo e “reforçou a quota de mercado, com o online a registar um crescimento mais acelerado quando comparado com o canal offline”.

Na Sonae Fashion, o destaque vai para “o desempenho resiliente” e crescimento “acima dos valores de referência do mercado”, traduzido num aumento de 1% do volume de negócios, para os 98 milhões de euros.

Na ISRG (Iberian Sports Retail Group), o trimestre trouxe uma subida de 12% no volume de negócios (192 milhões de euros), beneficiando do desempenho da JD e da Sprinter.

Quanto ao segmento de Serviços Financeiros (Sonae FS), o volume de negócios aumentou 16,7% (8,1 milhões de euros) e o cartão Universo apresenta-se aqui como principal protagonista, com 775 mil utilizadores no final do trimestre (+138%).

Na Sonae IM, o volume de negócios atingiu os 44 milhões de euros (+41%, ou 18,7% considerando uma base comparável), “impulsionado pela integração da Nextel e da Excellium”, mas o grupo destaca também “a mais valia gerada pela venda da Saphety, numa operação alinhada com uma estratégia ativa do portfólio de investimentos”, a par dos investimentos no reforço da participação em algumas empresas do seu portfólio e na CB4, sedeada em Israel e especializada numa solução patenteada de software de inteligência artificial para retalhistas com lojas físicas.

Relativamente aos Centros Comerciais, a Sonae Sierra viu o volume de negócios crescer 8,2%, para os 29 milhões de euros num trimestre marcado pela inauguração do seu primeiro Shopping na Colomia, em Cucuta e pela aquisição de 50% na poloca Balmain.

A NOS teve um crescimento de 0,6% nas receitas operacionais (385 milhões de euros) e de 20% nos resultados líquidos (43 milhões) e viu o número de clientes convergentes aumentar 4,4%, para os 770 mil.

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