Economia

Thebar Miranda: “Somos uma indústria nacionalizada”

Presidente do Grupo Azevedos

12 maio 2019 13:00

A nível global somos minúsculos e a nível nacional somos médios”, constata o presidente do Grupo Azevedos, Thebar Miranda, adiantando que para driblar o problema do tamanho — sobretudo quando se está num sector dominado por colossos —, é necessário ter “flexibilidade, qualidade e capacidade industrial”. Mal tomou o controlo da antiga Sociedade Industrial Farmacêutica, em 1985, o gestor definiu que tinha de fabricar medicamentos para o estrangeiro porque ficar dependente do mercado interno não seria viável e sem escala não iria vingar. “É o Ministério da Saúde que nos regulamenta a atividade, que nos concede os produtos, que nos dá os preços e nos paga. Portanto, é um circuito completamente fechado. Somos uma indústria nacionalizada, sem o ser — só não o somos verdadeiramente porque os capitais são dos empresários e dos acionistas”, aponta.

A internacionalização impôs-se. “Somos o primeiro fabricante português [em capacidade de produção] porque, logo no início, entendemos que era preciso dimensão para termos desenvolvimento industrial e, sobretudo, para suportarmos os custos das exigências de qualidade. Daí termos optado por fabricar para terceiros e para fora”. Nessa época, “houve muitas empresas que não suportaram os custos regulamentares e de qualidade e saíram de Portugal. Foi quando nós investimos, ficámos com o fabrico de algumas dessas companhias, bem como a produção para fora”, conta Thebar Miranda. Outro marco importante foi a aquisição, em 1994, da Sofarimex, no Cacém, uma fábrica que era de uma empresa francesa e que estava em projeto. Hoje, a empresa familiar tem cerca de 280 medicamentos próprios mas, no total, fabrica perto de 700 fármacos para 40 laboratórios. “No ano passado, fizemos 40 milhões de embalagens e, este ano, devemos ultrapassar os 50 milhões”, revela.

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