Portugueses têm de exigir dinheiro da CGD (e não discutir o passado)
A CGD vai pagar 200 milhões em dividendos e Paulo Macedo quer que este pagamento se repita nos próximos anos. Está a criar condições para isso? É isso que portugueses devem avaliar
A CGD vai pagar 200 milhões em dividendos e Paulo Macedo quer que este pagamento se repita nos próximos anos. Está a criar condições para isso? É isso que portugueses devem avaliar
Jornalista
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Depois dos 200 milhões de euros que quer entregar ao Estado este ano, a Caixa Geral de Depósitos pretende continuar a remunerar o seu accionista único nos próximos anos. E é aí que os portugueses se devem centrar: na exigência desse dinheiro, segundo considera o presidente executivo da instituição financeira, Paulo Macedo.
Falando no CEO Banking Forum, iniciativa organizada pelo Expresso, SIC e Accenture, que decorreu na Nova SBE de Carcavelos, Paulo Macedo defendeu que o “empenho” do banco é tornar a distribuição de dividendos numa “série longa”, em que haja repetição do pagamento ao accionista Estado. Em 2019, com base nos resultados do ano anterior, a proposta é distribuir 200 milhões. Em 2017, o Estado colocou 3,9 mil milhões de euros públicos no banco.
Esse empenho tem de existir por os portugueses deverem ser “mais exigentes com o retorno do que a discutir o passado”, declarou. Ou seja, a “exigência” deve ser a de avaliar se a gestão do banco “está a criar ou não condições para que esse retorno exista”.
Uma afirmação feita quando está a decorrer no Parlamento a terceira comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos nos últimos anos, sendo que, em relação à última iniciativa, Macedo já assumiu poder prejudicar o desempenho do banco e favorecer os concorrentes. Esta semana, a iniciativa parlamentar vai ouvir atuais ou antigos devedores da entidade: Diogo Gaspar Ferreira (Vale do Lobo) e Joe Berardo. Matos Gil, ligado ao investimento da CGD na La Seda, seria ouvido esta quarta-feira, mas a audição foi adiada para dia 28 por motivos de agenda.
“Foi feita uma capitalização como se de um investidor privado se tratasse. Esse dinheiro tem de ter retorno. E, portanto, o Estado será ressarcido”, continuou o responsável bancário.
(Notícia retificada às 13:28: A audição de Matos Gil não se realizará esta quarta-feira, mas dia 28).
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