Ex-presidente da Nissan enfrenta quarta acusação
Carlos Ghosn é acusado de ter desviado fundos do fabricante japonês para uso pessoal, usando como intermediária uma empresa sediada em Omã, e causado perdas aproximadas de 4,4 milhões de euros
Carlos Ghosn é acusado de ter desviado fundos do fabricante japonês para uso pessoal, usando como intermediária uma empresa sediada em Omã, e causado perdas aproximadas de 4,4 milhões de euros
Jornalista
O ex-presidente da Nissan enfrenta uma nova acusação apresentada pelo Ministério Público do Japão. Carlos Ghosn é acusado de ter desviado fundos do fabricante japonês para uso pessoal, usando como intermediária uma empresa sediada em Omã.
Trata-se da quarta acusação e é feita no dia em que termina o prazo de prisão preventiva determinado pela justiça japonesa depois da sua última detenção, a 4 de abril. Antes disso, Carlos Ghosn esteve sob custódia das autoridades durante mais de três meses, tendo sido libertado após o pagamento de uma fiança. A sua equipa de advogados está em guerra aberta com a justiça japonesa depois de ter considerado a última detenção do presidente da Nissan “ilegal”.
Carlos Ghosn é suspeito de ter cometido um crime de abuso de confiança agravado, ao ter desviado parte do dinheiro do fabricante de automóveis japonês para um distribuidor de Omã e causado perdas no valor de cerca de 4,4 milhões de euros.
Esta segunda-feira de manhã, a Nissan afirmou ter apresentado queixa contra o ex-presidente depois de ter chegado à conclusão de que os pagamentos feitos a uma empresa de veículos estrangeira, através de uma subsidiária do fabricante de automóveis, foram utilizados por Carlos Ghosn para seu enriquecimento pessoal.
Um porta-voz da Nissan sublinhou os “danos causados” à empresa por Carlos Ghosn, que teve uma “conduta completamente inaceitável”, devendo por isso ser “penalizado”.
Já Ghosn acusa a administração da empresa de “conspiração” durante o processo, por si dirigido, de integração da empresa na Renault. Em entrevista, em janeiro, ao jornal japonês “Nikkei”, Carlos Ghosn disse ter discutido esses planos de integração com o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, em setembro de 2018, e que a administração da empresa, receando uma fusão com o fabricante francês, fez tudo para que estes não fossem concretizados, tendo inclusive decidido incriminá-lo.
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