O fundo ativista de Paul Elliott Singer, que tem quase 3% do capital da EDP, vai votar contra o levantamento do atual limite de votos de 25%, para forçar a China Three Gorges a desistir da oferta de aquisição
Editor de Economia
O fundo ativista Elliott, detentor de quase 3% da EDP, apresentou uma proposta para que na assembleia geral da EDP, a 24 de abril, os acionistas se pronunciem sobre o eventual levantamento do atual limite de votos de 25%. A Elliott votará contra esse desbloqueio dos direitos de voto na EDP, exortando os restantes acionistas a seguir o mesmo caminho, para forçar o término da oferta pública de aquisição (OPA) lançada em maio de 2018 pela China Three Gorges.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Elliott diz que "pretende votar contra a alteração e recomenda que todos os demais acionistas façam o mesmo". Caso a deliberação não obtenha uma maioria qualificada de dois terços dos acionistas, o limite de voto permanecerá em vigor. "Tal resultado deve não só permitir o fim imediato da oferta na sua forma atual, como também proporcionar à sociedade a certeza necessária para planear o futuro", acrescenta o fundo.
"Desde o seu ínicio, há mais de dez meses, a oferta da CTG tem estado parada, tendo o efeito prático de dificultar o progresso da EDP em diversas frentes", realça a Elliott.
Se os limites de voto na EDP não forem levantados fica por cumprir uma das condições que a própria CTG impôs para formalizar o lançamento da operação. "Caso a CTG não renuncie imediatamente a essa condição, a Elliott considera que haveria fundamento suficiente para que as autoridades portuguesas coloquem termo à oferta", lê-se no mesmo comunicado.
A oferta da CTG foi anunciada em maio de 2018 com uma contrapartida de 3,26 euros por ação. Mas hoje as ações da EDP transacionam a 3,49 euros, uma valorização que inviabilizará qualquer hipótese de sucesso da OPA, a menos que a CTG reveja em alta o preço oferecido.
No seu comunicado, a Elliott deixa ainda uma nota sobre a revisão do plano estratégico da EDP, que a administração de António Mexia apresentou este mês em Londres. Esse plano, diz a Elliott, "marcou um primeiro passo importante na direção certa, e embora a Elliott continue encorajada com esse progresso, considera que é necessário um plano de otimização de portfólio mais forte e rápido para impulsionar a criação de valor sustentado e um crescimento superior".
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